A medida em estudo permitirá que os exportadores comprem milho, farelo de soja, complementos vitamínicos, entre outros, no mercado interno e tenham crédito do PIS/ Cofins, contribuições que financiam a seguridade social, e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Na prática, o "drawback" funcionará como uma desoneração desses tributos.
O sistema que permite a compra de insumos no mercado interno com o abatimento de impostos já está em operação desde o início de outubro para o setor industrial. Até então, só havia benefício para os insumos importados e que fossem usados na fabricação de produtos exportados. Um dos maiores beneficiados pela medida será o setor de aves, em que o benefício chega a 9,5%, de acordo com cálculos da Abef (Associação Brasileira de Exportadores de Frango). A venda de suínos e carne também poderia ser beneficiada com a medida do governo.
O agronégocio não foi incluído no chamado "drawback verde-amarelo" porque o governo considera necessária uma mudança na legislação. A lei diz que, para obter o benefício fiscal, os produtos usados na fabricação têm que ser incorporados ao que é exportado. A área jurídica entende que, no caso do agronegócio, a incorporação não é diretamente caracterizada, como no caso da indústria. A mudança tem apoio dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. As negociações para a desoneração ao agronegócio também já começaram com a Receita Federal. O governo deve pegar carona numa Medida Provisória e incluir um texto menos específico.
Para o governo, a medida é vista como complementar aos esforços para não deixar que as exportações caiam num cenário de desaquecimento da economia mundial. A retirada do imposto reduz o custo dos produtores e aumenta a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
A matéria é de Leandra Peres, publicada no jornal Folha de SP, adaptada e resumida pela Equipe AgriPoint.
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