Neste ano, os custos de produção estão entre 8% e 10% menores, reflexo do câmbio. A valorização do real frente ao dólar reduz o preço final dos insumos que o Brasil precisa importar para plantar a safra, o que é um fator positivo a ser considerado no ano-safra. Números da CNA mostram que as vendas de fertilizantes, no acumulado de 2010 até agosto, cresceram 3% em comparação a igual período do ano passado, o que é um indicativo de aumento na área plantada com grãos. Em todo o ano de 2009, foram vendidas 22 milhões de toneladas de fertilizantes. No acumulado de 2010, as vendas já somam 17 milhões de toneladas. "Os números mostram que, além do aumento da área, o nível tecnológico da safra 2010/2011 deve ser bom", explica a superintendente.
A elevação dos preços das principais commodities agrícolas no mercado externo favorece os produtores brasileiros. Reflexo desse quadro é a venda antecipada da safra. Estimativas da Superintendência Técnica da CNA mostram que 40% da próxima safra de soja do Centro-Oeste já foi vendida. No algodão, esse percentual é de 60%. Se a valorização do real frente ao dólar barateia as importações de insumos, também reduz a receita cambial obtida com as exportações, o que, segundo a CNA, é um fator negativo para o produtor, que perde parte da renda quando exporta. "Por enquanto, o quadro é de equilíbrio", afirma.
Para a superintendente, a valorização dos preços da soja e do algodão no mercado internacional vão estimular o plantio, decisão que depende do registro de chuvas nas regiões produtoras. Esses produtos são dois dos destaques da safra que começa a ser plantada. No primeiro caso, a demanda crescente por parte da China, que tem ampliado as importações dos produtos do complexo soja do Brasil, justifica o interesse do produtor brasileiro em investir na cultura. Para o algodão, o suporte vem do desequilíbrio no quadro mundial de oferta e demanda.
Para a CNA, outro produto de destaque no próximo ano será o milho, cujos preços estão se recuperando no mercado interno e no exterior. Números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostram que a produção mundial de milho somou 810 milhões de toneladas na safra 2009/2010. Na safra, os estoques finais somaram 138,9 milhões de toneladas. Para 2010/2011, a previsão é de colheita mundial de 826 milhões de toneladas. Os estoques no final da safra devem cair para 135 milhões de toneladas. "A previsão é de redução de três milhões de toneladas nos estoques mundiais, o que é uma sinalização de que os preços podem continuar favoráveis à cultura", completa.
As informações são da CNA, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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