O grupo é formado pelas companhias Suzano Papel e Celulose, Light, Rhodia, Shell, Arcelor Mittal, Klabin, Ambev, AES e Brenco , e pelas entidades União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) e Conselho Superior do Agronegócio (Cosag-Fiesp).
As empresas querem desconstruir o argumento de que assumir compromissos internacionais com metas é prejudicial à economia do país. O grupo aguarda mais adesões, segundo Walfredo Schindler, diretor da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), coordenadora do projeto.
As empresas consideram que o Brasil tem mantido posição conservadora nas negociações sobre mudanças climáticas. Segundo Eduardo Viola, professor da Universidade de Brasília (UNB), o mundo passou por grande transformação ao colocar o clima como tema central e o Brasil não pode ficar preso à cobrança das responsabilidades históricas dos países ricos. "Hoje, a União Europeia lidera o debate, propondo reduzir 20% das emissões até 2020. Os EUA mudaram sua posição e indicam a possibilidade de reduzir em 3% as emissões no mesmo período. A China apresenta um plano consistente de transição para um modelo mais limpo. O Brasil precisa assumir suas responsabilidades", diz o professor, responsável pelo estudo sobre as estratégias do Brasil nas negociações internacionais.
"O assunto deixou de ser apenas de ONGs e cientistas para ser tratado por países e empresas. Precisamos assumir metas obrigatórias, pois a responsabilidade também é nossa", diz Marcos Sawaya Jank, presidente da Unica.
Segundo Paulo Moutinho, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e responsável pelo estudo sobre os desafios para a redução do desmatamento da Amazônia, é preciso uma visão integrada. "O desmatamento está ligado ao uso da terra, ou seja, às demais atividades, agropecuária e industrial", diz.
Para o pesquisador, o Brasil tem um papel fundamental na defesa da preservação florestal e é preciso pensar incentivos que valorizem a mata conservada. "Manter florestas também tem de significar ganho, vantagem competitiva. É preciso reconhecer os esforços de quem preserva com o pagamento de compensações", diz. Segundo Moutinho, só a fiscalização e uma boa legislação não são suficientes para barrar o desmatamento. "Fiscalizar tem os seus limites e a legislação pode ser alterada."
A pecuária também tem uma contribuição importante para dar, segundo o professor da Esalq-USP, Carlos Cerri. Segundo ele, é preciso aumentar o número de gado criado por hectare para conseguir atender à necessidade de aumento da produção sem expansão da área utilizada. "O foco tem de ser o aumento da produtividade. Hoje criamos menos de um animal por hectare e para melhorar essa relação é preciso investir em fertilização da pastagem e o uso de confinamentos", diz.
A matéria é de Samantha Maia, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
Paulo Luís Gonçalves Campelo
Belo Horizonte - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 06/08/2009
Nunca vi tanta besteira junta. Falar em redução de emissão de gases de efeito estufa sem falar em redução de queima de combustíveis fósseis, pelo contrário, incentivar o uso de fertilizantes químicos, derivados de petróleo para aumentar a produtividade pecuária, falar em incentivos à preservação de florestas conservadas como forma de redução de emissão de gases, está mais que provado que essas florestas não são eficientes no sequestro de Carbono. É por essas e outras que já concluí que estamos mesmo é perdidos. É muito poder nas mãos de ignorantes.
Não é necessário ser nenhum gênio para perceber que apenas os gases emitidos pela queima de combustíveis fósseis é que efetivamente contribuem para o acréscimo de Carbono na atmosfera, em todos os outros casos, os gases têem sua origem em algum processo no qual a fonte do Carbono envolvido foi a própria atmosfera, citando como exemplo, os gases emitidos para a atmosfera durante a digestão do capim no intestino do boi, foi anteriormente capturado da mesma atmosfera pelo próprio capim durante o processo de fotossíntese, durante esse processo, as moléculas de Carbono capturadas passaram a fazer parte das células dos tecidos do capim, ingerido pelo boi. É, portanto, um ciclo que se fecha.
Com relação à proteção de florestas preservadas, com o objetivo de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, isso não ocorre, as árvores capturam Carbono da atmosfera durante a fotossíntese (durante o dia) e liberam Carbono durante a respiração (durante a noite), quando a árvore ainda se encontra em fase de crescimento, exiset a retenção de parte desse Carbono em forma de tecidos, portanto, contribuindo com a redução de Carbono na atmosfera, mas, a partir do momento que essas árvores estabilizam o seu crescimento, essa contribuição é quase nula, chegando a ser infinitamente menor que a captura de Carbono de áreas plantadas de cana de açúcar.
O problema todo é que existem muitos interesses econômicos envolvidos que acaba deixando de ser interessante a tomada de medidas decididamente efetivas no que diz respeito à redução de emissão de Carbono para a atmosfera, e quem acaba pagando a pizza, digo, o pato, é o criador de boi da região amazônica, que no passado foi incentivado a ir para aquela região para abrir novas frentes de desenvolvimento do País.