"Acredito em primeiro lugar que os elos da cadeia estão soltos, isolados. Uma das razões para isso é a falta de comprometimento dos governos com a implantação de políticas públicas que proporcionem a união dos setores. Os produtores precisam de assistência, a indústria precisa de regulamentação de preços (preço mínimo), de um sistema oficial de classificação de carcaças e o consumidor precisa "conhecer" melhor a carne ovina.
Os americanos contam com um sistema padronizado de identificação animal e existe uma estação experimental onde várias raças de ovinos com aptidão para produção de carne são testadas e provadas, onde os resultados são repassados para o setor produtivo. Além disso, o sistema americano de classificação de carcaças também é utilizado para orientar os produtores.
Na Nova Zelândia, 48% do rebanho é constituído por apenas uma raça, proporcionando maior padronização dos animais. A União Europeia conta com um sistema de classificação de carcaças que abrange várias classes de peso, diferenciando bem carcaças leves e pesadas (outros sistemas também levam em conta a separação por classes de peso).
Na Austrália as pesquisas com relação às características qualitativas da carne ovina são feitas diretamente com os consumidores, chegando ao ponto de orientar o preparo da carne de acordo com a idade do animal, cordeiro, borrego ou adulto.
Já presenciei as mesmas falhas em uma propriedade com 3 ha e com mais de 1.000 ha, já observei falhas da indústria na produção de cortes e a população ainda consome "carne de carneiro".
Enfim, acredito que todos os elos precisam se fortalecer conjuntamente, para que o setor possa continuar a crescer".
Nei Antonio Kukla
União da Vitória - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 14/06/2011
Realmente é difícil apontar um só elo em que a cadeia precisa mudar. Acho que muito já foi feito, principalmente no sentido em que os produtores começaram a acordar para o mercado existente, porém, infelizmente ainda estão na mão da manipulação de epreços pela indústria, isto denuncia a falta de organização ainda persistente no setor e, presisamos muito de assistência técnica nas propriedades. Há poucos técnicos que se interessem pela cadeia produtiva e, pouca iniciativa pública no setor.