O aumento de 6% nas vendas do varejo em janeiro ante igual mês de 2008 foi puxado especialmente pela atividade de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que responderam por 3,4 ponto porcentual, ou 41% da expansão total do comércio nessa comparação. Segundo o técnico da coordenação de comércio e serviços do IBGE, Reinaldo Pereira, a massa salarial continuou em alta em janeiro, o que prosseguiu ajudando o desempenho do varejo, sobretudo nos supermercados.
Segundo ele, a desaceleração ou queda nos preços de alguns dos alimentos também podem estar contribuindo para o bom desempenho do segmento supermercadista. Além disso, segundo ele, é provável que os consumidores estejam um pouco menos pessimistas do que no final do ano passado.
Pereira avalia que a alta de 1,4% nas vendas do comércio varejista em janeiro ante dezembro de 2008 pode ser atribuída às promoções realizadas no comércio após o Natal. Segundo Pereira, a crise econômica elevou os estoques nas lojas no último trimestre do ano passado, o que levou à liquidações no início deste ano.
O técnico do IBGE destacou ainda que a alta de 6,0% nas vendas em janeiro ante igual mês do ano passado representou a menor expansão, para o primeiro mês do ano, desde janeiro de 2004. Em janeiro de 2008, as vendas do varejo tinham aumentado 11,8%, o melhor resultado da série iniciada em 2001.
Redução de margens
Enquanto o consumo de alimentos ainda apresenta indicativos de crescimento em janeiro, a situação parece não ser a mesma entre os supermercadistas de médio porte, que relatam estabilidade no desempenho ante os resultados de 2008. Para alavancar o ritmo de vendas, esses varejistas intensificaram as negociações com a indústria, e, conjuntamente, passarão a trabalhar com margens menores para não correr o risco de perder consumidores no ponto-de-venda.
Na paulista Ricoy Supermercados, sexta maior central de compras em operação no Estado de São Paulo, a saída encontrada para minimizar os efeitos da crise econômica foi intensificar a negociação com os fornecedores e estabelecer uma margem menor. "Muitas vezes o fabricante quer praticar um preço maior, mas, se no final do mês houver muita sobra de produtos, compramos um volume maior deles por um preço inferior ao praticado", detalha Paulo Tadao Yokoi, sócio-proprietário da associação que engloba sete pequenas redes.
O empresário calcula que a margem bruta praticada nas lojas gira em torno de 22%, mas este número deverá cair 1,5 ponto percentual no decorrer deste ano. Yokoi avalia também que "o novo regime de substituição tributária só vai colaborar para achatar as nossas margens." A respeito do desempenho nos dois primeiros meses do ano, ele observa uma ligeira alta na comparação com igual período de 2008; entretanto, o volume de compras permanece quase inalterado.
As informações são do Estado Online e do Diário do Comércio e Indústria/SP, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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