A posse da terra, contudo, continua concentrada nas mãos de poucos proprietários. O índice que mede a concentração da estrutura fundiária, piorou. Passou de 0,856 para 0,872 no país - quanto mais próximo de 1, mais desigual é a distribuição da posse.
O IBGE afirma que apenas 2,7% da área total está divida em propriedades menores de 10 hectares, enquanto propriedades acima de 1 mil hectares representam 43%, embora essas grandes extensões representassem 1% dos estabelecimentos rurais.
O valor total dos bens em mãos do setor rural atingiu R$ 1,24 trilhão em 2006, mostra o IBGE. Quase 71% desse patrimônio estava imobilizado em terras. Instalações e benfeitorias (9,3%), animais (8%), máquinas (6,4%) e matas (2%) completavam os ativos dos produtores rurais. "A terra ainda é importantíssima para a formação do patrimônio rural", afirma o coordenador-geral de planejamento estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques.
Em 2006, a atividade principal dos estabelecimentos agropecuários era a criação de bovinos, identificada em mais de 30% deles. Em seguida, vinham o cultivo de outras lavouras temporárias (que inclui feijão e mandioca), em cerca de 18% dos estabelecimentos; o cultivo de cereais (12%) e a criação de aves (9%).
Os estabelecimentos pesquisados obtiveram um valor da produção total de R$ 147,26 bilhões, dos quais 77,07% (R$ 113,49 bilhões) provenientes da Produção Vegetal. Os estabelecimentos que têm como atividade principal a cana-de-açúcar ou a soja ficaram com a maior participação no valor da produção agropecuária (ambos 14%), seguidos por aqueles que se dedicam à criação de bovinos (10%).
O estudo de 775 páginas assinado pelo IBGE aponta, ainda, que as lavouras de soja e cana têm avançado sobre pastagens naturais, o que concentrou o valor total da produção no ramo vegetal (77%). Mas, nesses últimos dez anos, houve também um forte crescimento na criação do gado bovino, sobretudo em Estados da Amazônia, onde os preços da terra são mais baratos.
O rebanho chegou a 171,6 milhões de cabeças. Ao mesmo tempo, a agropecuária reduziu em 23 milhões a área ocupada, em boa medida cedida a novas unidades de conservação e terras indígenas. Em 2006, foram 330 milhões de hectares. Há dez anos, eram 353,6 milhões.
Em 2006, a produção de café em grão foi de 2,3 milhões de toneladas e atinge um crescimento de 26,0% em relação ao Censo 1995-96. A redução de 6,9% na área colhida foi compensada por um acréscimo de 35,3% no rendimento médio. As condições meteorológicas, em geral favoráveis desde a época da floração, no final de 2005, foram a principal responsável pelos bons resultados de 2006. O Brasil é o maior produtor mundial de café.
Em relação ao crédito, o levantamento oficial aponta que somente 18% dos produtores tiveram acesso a empréstimos bancários no período. E, para surpresa dos especialistas, 43% dos entrevistados - ou 2,2 milhões de propriedades - declararam "não precisar" de financiamentos para tocar suas atividades. Os motivos são falta de garantia pessoal, desconhecimento do processo, burocracia excessiva ou dificuldades em pagar financiamentos anteriores.
O Censo mostra que 34% das despesas totais de R$ 111,3 bilhões dos produtores estavam concentradas na aquisição de insumos (adubos, corretivos, sementes e agrotóxicos). Além disso, a pesquisa mostra que 9,5% das receitas totais das propriedades vêm de salários obtidos fora das fazendas ou de aposentadorias e pensões.
O minucioso levantamento do IBGE mostra algumas mazelas do setor. A grande maioria dos produtores entrevistados em 2006 eram analfabetos ou sabiam ler e escrever, mas não tinham frequentado a escola (39%) - 43% deles não possuíam o ensino fundamental completo, totalizando mais de 80% de produtores rurais com baixa escolaridade.
Os dados revelam que 18,9% da população ocupada no país trabalhavam em estabelecimentos agropecuários - 77% dos ocupados tinham laços de parentesco com o produtor e 35,7% não sabiam ler e escrever. Em 2006, havia mais de 1 milhão de crianças com menos de 14 anos de idade trabalhando na agropecuária.
As informações são do IBGE e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
Paulo Luís Gonçalves Campelo
Belo Horizonte - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 01/10/2009
O Governo interfere muito na Agricultura e na Pecuária sem nada entender do assunto. Os homens que governam o Brasil hoje só entendem mesmo é de movimentos sindicais e de badernas, eles adoram uma boa teta para mamarem sem precisar suar a camisa.
Em um passado próximo a Agricultura e a Pecuária formavam o setor responsável pelo equilíbrio da Balança Comercial do nosso País, mas isso ficou no passado, hoje o Agricultor e o Pecuarista não consegue mais viver do que produz no campo, ficou inviável, conseguiram inviabilizar o negócio de quem vivia exclusivamente do trabalho na terra, estão fazendo exigências absurdas para justificar a desapropriação das terras, as quais serão entregues aos, também baderneiros e sanguessugas, do MST. Depois de tanta burrada do Governo, hoje o Agricultor e o Pecuarista são vistos como bandidos, pois estão violando as novas leis. Entreguem as terras ao MST e vamos todos comer grilos e lagartas, porque dalí não vai sair nada.
Nós Brasileiros meracíamos outro destino, a cair nas garras dessa gente.