O boletim estima para o período analisado uma taxa de desmatamento anual de 7.134 km² - um aumento de 10,5% em relação ao observado em 2009/2010, quando foram desmatados 6.451 km².
De acordo com o estudo, as áreas com maior probabilidade de desmatamento se concentram ao longo das Rodovias Transamazônica (BR-230) e Cuiabá- Santarém (BR-163), além da região da Terra do Meio, no Pará.
O mapeamento foi feito por meio de um modelo computacional que levou em conta o padrão do desmatamento ocorrido no passado na Amazônia e as condições de acesso às áreas.
O pesquisador do Imazon, Márcio Sales, estatístico e mestre em geografia pela Universidade da Califórnia, em Santa Barbara (EUA), explica alguns fatores incluídos nesse modelo. A distância para estradas e rios navegáveis é importante, pois, quanto mais perto deles, mais fácil é para chegar ao local e escoar a madeira explorada. A topografia das áreas também foi observada - áreas com muita declividade são mais difíceis de aproveitar para outras atividades, como agricultura.
O Amazonas, por exemplo, aparece no levantamento com risco baixo de desmate. "O Estado não tem histórico forte de desmatamento e grande parte das florestas ainda está em regiões de difícil acesso", conta Sales.
As áreas mais problemáticas são as privadas - correspondem a 65% das que estão sob risco. Os assentamentos aparecem em segundo lugar (24%).
Os três municípios que mais preocupam estão no Pará. No primeiro, Pacajá, podem ser desmatados 250 km². Altamira pode perder 170 km² de floresta e São Félix do Xingu, 140 km².
Para o consultor Tasso Azevedo, ex-diretor do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), o estudo segue uma linha muito importante: a de "antecipar o desmatamento". Ele lembra que já temos o Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes), que dá a informação do passado. Ele mede, desde 1998, as taxas anuais de desmatamento da floresta. E há outros dois programas que ajudam a ver, com satélites, o desmatamento no presente - o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), do governo federal, e o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon. "Este estudo dá a informação do futuro. Com isso, temos um sistema muito robusto como ferramenta para intensificar o combate ao desmatamento", afirma.
O pesquisador do Imazon concorda. "A ideia é que esses dados façam parte da caixa de ferramentas do controle do desmatamento", diz Sales, ressaltando que as áreas com maior risco devem ser priorizadas pelo governo.
Em maio houve o desmate de 267,9 km² na Amazônia, segundo o sistema Deter, do Inpe. O aumento foi de 144,4%, comparado ao mesmo mês de 2010. Mas a situação foi ainda pior em março e abril - o desmate chegou a 480,3 km² só em Mato Grosso. Com a explosão, o governo criou um gabinete de crise e intensificou a fiscalização.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
Diogo Dias Teixeira de Macedo
São Sebastião da Grama - São Paulo - Engenheiro Agrônomo
postado em 18/07/2011
A verdade é uma só, enquanto não for votado o novo código florestal, e não for decidido o que realmente vai valer, irão continuar desmatando. E enquanto a fiscalização por aqui é rigorosa, com promotores forçando os produtores a assinarem os desesperados TAC´S, por lá com um pouco de "QI" fazem vista grossa. Eta Brasilzão!!!