O volume importado em janeiro foi 47,67% menor do que em dezembro de 2006, declínio já previsto, uma vez que o último trimestre do ano costuma apresentar considerável aumento da quantidade consumida devido às festas de final de ano.
Por outro lado, o Brasil importou, em janeiro de 2007, volume 19,22% maior do que no mesmo período do ano anterior e 126,83% maior do que janeiro de 2005. Esses valores acompanham a tendência de crescimento que as importações de carne ovina vem apresentando nos últimos anos (veja o artigo Análise das importações de carne ovina)
Gráfico 1. Importações de carne ovina no mês de janeiro, em volume (toneladas) e valor (mil US$)
A quase totalidade (99,82%) da carne importada em janeiro teve como país de origem o Uruguai, sendo o restante proveniente do Chile. Cerca de 88% do volume importado em janeiro foi representado por cortes com osso congelados, como pode ser observado no gráfico a seguir.
Gráfico 2. Importação de carne ovina em janeiro de 2007, por categoria
O preço médio pago pela tonelada de carne com osso foi de US$ 2329,32, enquanto o das carcaças e meias-carcaças foi de US$ 1889,95/tonelada e o da carne sem osso, US$ 3722,87/tonelada.
Marina A. Camargo Danés, Equipe FarmPoint
João Luiz Lopes/Tecnovinos
Goiânia - Goiás - Ovinos/Caprinos
postado em 06/03/2007
Esta importação deveria ser tomada como ponto de partida para o desenvolvimento da cadeia, tanto e principalmente da ovino, quanto da cqprinocultura brasileira. Analisando friamente o caso, observamos: o Uruguai e o Chile são os maiores exportadores para nós - analisem o tamanho desses rebanhos.
A diferença, talvez, esteja no simples ato de terem uma política pública e privada de desenvolvimento agressiva e coesa. Sabem que podem produzir a um custo "X" que terão compradores certos e obterão um lucro "Y". A cadeia, certamente, está organizada. Não parece, nem um pouco, com a nossa.
As entidades de classe, também, devem buscar "n" maneiras de ajustar os custos aos preços pagos. Os produtores devem possuir o censo de associativismo. As indústrias sabem que se o valor dos implementos e suprimentos for alto não terão como obter lucro, pois não venderão. Penso que eles devem ter em mente o conceito de agregação/parceria/associação para um melhor resultado.
No Brasil sabemos que a visão do "negócio" da ovinocaprinocultura não é empreendedora, talvez, nem se quer "produtora", dificultando, ainda mais o nosso desenvolvimento. Espero que muito em breve possamos, ao menos, suprir a demanda interna o que só aí eleveria a produção em pouco mais de 500 mil toneladas, número significativo para o setor produtivo. Em outras palavras, mais dinheiro no bolso, não só do produtor, mas de todos que compõem a cadeia produtiva da ovinocaprinocultura brasileira.
Fica o alerta à todos do setor. Precisamos melhorar a nossa consciência, enfatizar o profissionalismo, agregar tecnologias e sairmos do marasmo em que nos encontramos, pois assim, quem sabe, chegaremos, um dia, a exportar o nosso excedente. Se pensarmos e agirmos num só objetivo, certamente conseguiremos alcançá-lo.
João Luiz Lopes