"Não há crescimento genético se não se trabalhar com todas as variantes que as espécies oferecem", disse Ribeiro, referindo-se a duas no segmento: trabalhar diretamente com o animal, adquirindo reprodutores, o que é muito caro, ou com o sêmen congelado.
Segundo ele, no estado de São Paulo, é registrado tanto o aumento efetivo dos rebanhos quanto o incremento do número de propriedades rurais destinadas à atividade. O rebanho de caprinos e ovinos no estado em 1996 era de 64.900 e 257.400 cabeças, respectivamente. Em 2005, passou a 82.100 cabeças de caprinos (aumento de 26,5%)e 324.700 cabeças de ovinos (aumento de 26,1%).
Hoje a tecnologia favorece a ovinocaprinocultura, mas há menos de seis anos, sêmen de caprino e ovino era importado da França, do Canadá e dos Estados Unidos, a peso de ouro: US$ 50 a dose.
A virada no negócio se deu quando uma empresa de Porto Feliz (SP), região de Sorocaba, resolveu investir US$ 10 mil na compra de quatro machos reprodutores das raças saanen, anglo-nubiana e bôer, dando início ao negócio. Desenvolveu também tecnologia para congelar o sêmen e fazer coleta e inseminação de ovinos, caprinos e bovinos. Resultado: a dose de sêmen caprino pode ser adquirida, hoje, pela média de US$ 2 a unidade.
Com o preço menor do sêmen, os criadores puderam melhorar mais rapidamente a genética do plantel. Como o pecuarista Wilson Valentini Júnior, proprietário da Granja União, de Pindamonhangaba (SP), utiliza a inseminação artificial em seu rebanho caprino - 350 cabeças para leite e corte, das raças saanen, boggenuerg e anglo-nubiana - há sete anos. "Antes, eu tinha de importar o sêmen dos Estados Unidos e do Canadá, por US$ 50 a dose", contou. Graças a isso, já fatura R$ 25 por cada dose de dois animais premiados que mantém na empresa.
O mercado, no Brasil, tornou-se tão atraente que chamou a atenção de uma empresa holandesa de inseminação artificial, especializada em bovinos. Há cinco anos, ela investiu em caprinos e ovinos e ainda hoje é a única do país a distribuir sêmen congelado desses animais, numa parceria feita com a empresa de Porto Feliz.
Segundo o gerente da empresa, o veterinário André Bruzzi Correia, a aposta deu certo. O mercado de sêmen congelado de caprinos e ovinos cresceu 100%, entre 2004 e 2005, e a tendência é continuar em alta. "Há cinco anos muitos não acreditavam que era um mercado promissor. Hoje, quem não apostou nisso está correndo atrás", disse Correia em matéria de Cláudio Rostellato para o Suplemento Agrícola do O Estado de S.Paulo.
PAULA CAETANO MUTIM
Xique-Xique - Bahia - OUTRA
postado em 03/03/2008
GOSTARIA DE SABER MAIS SOBRE A RAÇA SAANEN