"A China é um grande comprador de minério e isso é algo que deve ser considerado", declarou o diplomata durante encontro com correspondentes estrangeiros na capital chinesa. O embaixador ressaltou que esse segmento envolve questões relacionadas à soberania nacional e observou que o Brasil já possui uma grande mineradora, a Vale, cujo principal cliente é a China. No caso da compra de terras, Hugueney observou que o Brasil tem um dos setores agrícolas mais modernos do mundo, que não necessita de recursos estrangeiros para se expandir. Grupos chineses manifestaram interesse na aquisição de grandes extensões de terra no Brasil para produção de soja, em uma tentativa de garantir o fornecimento do produto ao país asiático.
O aumento da presença de investidores externos no setor agrícola levou o governo brasileiro a anunciar em agosto a limitação da propriedade de terras por estrangeiros.
No caso da mineração, a China desembolsou no começo do ano US$ 1,2 bilhão pela Itaminas. Os chineses também investiram US$ 390 milhões na compra da Sul America Metais, do grupo Votorantim, e US$ 400 milhões na aquisição de participação minoritária na MMX, mineradora do grupo de Eike Batista.
A China é o maior comprador de minério de ferro do mundo e a ampliação de sua presença no Brasil tem por objetivo criar fontes seguras do produto e reduzir o poder das grandes mineradoras na definição do preço internacional da commodity, o que inclui a Vale. "O investimento estrangeiro deve ir para áreas onde há carência de tecnologia ou de capital", afirmou Hugueney. Para ele, esse cenário não está presente nem no caso de terras nem do de minério.
O embaixador acredita que os setores de petróleo e de infraestrutura estão entre os mais promissores na captação de investimentos chineses no Brasil, que explodiram desde o início do ano. Em maio, a estatal Sinochem comprou 40% do campo de petróleo Peregrino, controlado pela norueguesa Statoil, por US$ 3,07 bilhões. No dia 1.º de outubro, a espanhola Repsol anunciou aporte de US$ 7,1 bilhões da Sinopec em suas operações no Brasil, no que é até agora o maior investimento chinês no país.
A reportagem é do jornal O Estado de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
José Adauto de Almeida
Marumbi - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 02/11/2010
É... se continuar assim o Brasil vai acabar sendo "loteado" . Os nossos políticos devem elaborar projetos de leis que facilitem o investimento estrangeiro, sem contudo colocar em risco nossa soberania, nossa segurança (segurança em todos os sentidos). Este assunto - compra de terras por grupos internacionais , tem que ser muito discutido em todos os segmentos da sociedade.