"Caros colegas.
Tenho a convicção de que nossas postagens sobre os temas que o FarmPoint, afortunadamente, nos propõe abordar têm o dever de elucidar as dúvidas dos iniciantes na ovinocultura. Aqueles que são o alvo predileto das "receitas mágicas" para a solução dos problemas cotidianos e peculiares à atividade.
Quando nos animamos a expressar nossas opiniões é porque temos, ou pensamos ter, alguma experiência ou conhecimento sobre o assunto em pauta. Resta lembrarmos que a internet, por alcançar todos os públicos, é uma ferramenta poderosa e, como tal, deve ser manejada com cuidado. Aos leitores - "Recomenda-se discernimento!"
Ovinocultores muito experientes, via de regra, são (ou foram) proprietários de grandes rebanhos sob condições de manejo extensivas e sobre grandes áreas de pastejo. A ovelha é extremamente generosa mediante o pouco que recebe nessas condições. Não sei como é na Região Nordeste, no Sul, alguns produtores de ovinos de lã que sobreviveram na atividade podem comemorar ao atingir taxas de assinalação de 70%, ou seja, desmamam, descolam e marcam 350 cordeiros (machos e fêmeas) com 5 meses de idade de 500 ovelhas encarneiradas. De forma dolorosa se aprendeu que o rebanho recompensa com alta eficiência e rapidamente aos investimentos, porém, o mercado é extremamente ingrato ao remunerar estas iniciativas o que forçou a notável redução dos rebanhos com muitos produtores encerrando suas atividades. Assim foi com a lã, assim poderá ser com a carne.
Uma grande parcela dos ovinos de carne é produzida por gente nova na atividade que viu uma oportunidade de fazer dinheiro em cima de seus sítios de lazer ou granjas leiteiras, de aves ou suínos que não remuneram o capital investido. Boa parte se iludiu ao assistir pela televisão a imagem falsa de uma atividade altamente rentável, resultante da atuação de "marketeiros" mais comprometidos com a atividade comercial do que com a própria ovinocultura.
Para quem tenta sobreviver "criando ovelha", embora possa ter sido útil, o "boom da ovinocultura", é válido, legítimo e legal mas não é justo!
Acredito que é à esta gente nova que devemos nos dirigir, àqueles que já comprometeram tanto de suas vidas e finanças que agora não podem desistir, à eles devemos dedicar nossos esforços de transmissão de conhecimentos e experiências, e mais, deles pode sobrevir a redenção da atividade.
Assim sendo, penso que é muito importante que este, e todos os outros temas relacionados diretamente aos animais, sejam aprofundados, tendo em vista seus efeitos potenciais sobre os novos criadores.
Saudações ovelheiras."
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Julio Erasmo Reich
Querência - Mato Grosso - Produtor de ovinos
postado em 24/10/2010
Concordo com suas palavras Ivan. Abs,