O otimismo não foi compartilhado pelos membros do Conselho de Agronegócio (Consag) da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e nem pelo ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, que estiveram ontem reunidos para discutir a retomada das negociações. Para Guedes Pinto, a redução dos subsídios proposta pelos americanos está muito aquém da demanda do G-20 - grupo dos países em desenvolvimento liderado por Brasil e Índia - e vai barrar as negociações na rodada. Os EUA propuseram o teto de subsídios de US$ 17 bilhões anuais, enquanto o G-20 negocia para estabelecer o teto de US$ 12 bilhões.
Mas, para Jank uma brecha foi dada pelos EUA na nova proposta da Farm Bill. "É óbvio que eles não fariam as concessões agora, antes de reiniciar a rodada. As aberturas feitas representam, porém, a base para as negociações daqui em diante", afirma Jank. Entre elas, está a alteração do teto dos subsídios. Pela lei em vigor, os grandes produtores americanos podem receber cerca de US$ 1 milhão por ano, valor de subvenção que será de US$ 360 mil, caso a nova lei seja aprovada no congresso americano.
Outro ponto positivo destacado por Jank é que, pela lei atual, o limite para recebimento de subsídios é para produtores que têm receita líquida maior que US$ 2,5 bilhões, valor que cai para US$ 200 mil com a nova proposta. Para driblar os subsídios distorcivos, ainda presentes no projeto americano, o Brasil negociará em Doha por produto. "A proposta é reduzir os subsídios de modo que eles influam em, no máximo, 2% nos preços". A medida vale, principalmente, para o algodão, soja e arroz.
A notícia é de Fabiana Batista, para a Gazeta Mercantil.
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