"Recentemente iniciamos um estudo sobre o tema em nossa faculdade (IFRS Campus Sertão, RS) e nosso grupo em especial focou nos açougues de rua. Queriamos ouvir a opinião de quem trabalha na "última milha" sobre a carne de ovinos. Os velhos mantras da sazonalidade, ovelha velha e gordurosa vieram à tona. A maioria não diferencia o produto "ovelha" de cordeiro. Todos são receptíveis a trabalhos por parte dos frigoríficos para a promoção de novos cortes, degustações, material de marketing e etc.
A totalidade dos estabelecimentos com mais de 20, 25 anos de ponto comercial e com boa estrutura nunca recebeu a visita de um representante de frigorífico com alternativas para ovinos.
Enquanto isso o hipermercado local nos brinda com peças de ovinos aqui do estado mesmo a R$ 45,00 o kg do carré francês. Não se sai do supermercado sem gastar menos de R$ 30,00 para levar pra casa um pedaço pequeno de ovino, de qualquer corte.
Os dois principais fornecedores não mostram informações do produto nos seus sites. Só mencionam a carne de cordeiro como um dos produtos trabalhados. As peças são dispostas em uma montanha de carne em um espaço do balcão de mais ou menos 2 metros de largura, misturadas aos cortes de bovinos. Antes de achar o corte adequado você já pegou pneumonia.
Falta atitude, promoção, criatividade, novos cortes (menores), preço, produto constante e bem divulgado. Mesmo que eu vá no mercado e não compre, o fato de ter VISTO o produto bem colocado no balcão, por várias vezes, aumenta as chances da compra futura, ou de final de semana. E o açougue de rua não pode ser desprezado (pensem na "cauda longa"). E este lado "gourmet" elitista que alguns estudos apontam para a promoção é uma faca de dois gumes. Distância o consumidor médio. Isso é coisa para carne de jacaré.
No empurra empura dos culpados eu voto no frigorífico. Mas em qualidade total a gente aprende que não se acha culpados. Melhora-se o sistema.
Por final penso que a saída é a integração, aos moldes da suinocultura. Acompanhamento pesado e contratos com bom preços para o produtor. Pensem no produto que foi pago ao produtor, processado, exposto e não vendido como despesa de marketing."
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