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Kátia Abreu pede reforma do modelo de política agrícola

postado em 16/12/2010

6 comentários
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Em flagrante tom crítico ao governo federal , a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) reivindicou ontem (15) a realização de uma ampla reforma do atual modelo de política agrícola do país. "O produtor não pode arcar sozinho com o abastecimento do país. O governo precisa garantir preços de verdade. A burocracia não funciona", afirmou a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM-TO).

Na oposição ao governo desde o início da campanha eleitoral de 2010, a senadora ruralista afirmou que "precisa ter boas expectativas" com a gestão da presidente eleita Dilma Rousseff. "Mas há muitos erros e equívocos na política agrícola", afirmou. Para melhorar a situação, Kátia Abreu sugeriu "não fazer o trem-bala", uma das principais obras defendidas pela então ministra Dilma Rousseff no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Com isso, resolveria a logística do Centro-Oeste brasileiro, que produz 50% da safra", disse a senadora.

Sobraram críticas também ao atual ministro da Agricultura, Wagner Rossi, mantido no cargo por Dilma. "Temos pouco diálogo com Rossi. Mas precisamos de parceria para essa nova política agrícola", disse. E criticou a ocupação política do ministério: "Há um excesso de indicações políticas. O governo precisa garantir que não tenha essa ingerência política em cargos estratégicos. Essa pressão política não pode prevalecer no ministério. E nem se fale da Embrapa".

A presidente da CNA também acusou, com base em um estudo ainda inédito encomendado à Fundação Getúlio Vargas (FGV), uma "grande concentração" da produção em poucas propriedades rurais e afirmou que tem aumentado o número de pobres no campo, segundo o novo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Há 3 milhões de pobres no campo", disse.

No evento de fim de ano, Kátia Abreu criticou, ainda, a falta de reforma do Código Florestal e exigiu mais segurança jurídica no campo. Avisou que fará um "road show" pelo mundo para atrair "investimentos" ao setor rural brasileiro. "Vamos fazer a nossa parte para ajudar o governo", afirmou.

A reportagem é do jornal Valor Econômico, adaptada pela Equipe AgriPoint.

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Comentários

José Humberto Alves dos Santos

Areiópolis - São Paulo - Produção de leite
postado em 17/12/2010

Concordo com a senadora do DEM que o MAPA não deve ser aparelhado com excesso de indicações políticas.
Devo acrescentar também que o representante dos produtores rurais não deveria ter vínculos partidários.
Daí talvez a falta de diálogo com o ministro do MAPA.
Acho também que a pressão política partidária não deve prevalecer num orgão da importância c/o a CNA.

marcelo erthal pires

Belém - Pará - Produção de leite
postado em 17/12/2010

Caros !

O problema não esta só no MAPA, mas todo o governo esta aparelhado, o PT nem se lembra da Constituição; mesmo por que o Lula não se dignou a assina-lá e depois jurou duas vezes sobre a mesma.

Um abraço..........marcelo

marcelo erthal pires

Belém - Pará - Produção de leite
postado em 19/12/2010

Congratulações

a lutadora Senadora Kátia Abreu, que realmente tem sido uma voz dos Produtores deste país, pois temos uma imensa excasses de verdadeiros defensores de nossas premências. . .
E o cargo eletivo lhe faz ser um pouco mais respeitada, e proporciona a tribuna do senado e um canal de TV para clamar pelo Campo !

respeitosamente................................................marcelo

ADEMIR PEREIRA DE ABREU

Alpinópolis - Minas Gerais - Produção de leite
postado em 21/12/2010

A senadora se contradiz ao afirmar que existe uma grande concentração de
produção em poucas propriedades rurais e o aumento do nº de pobres no campo. Que discurso é esse? A senadora sempre foi a favor da concentração de terras e sempre foi contra a distribuição de "renda e terras", parece q depois da derrota dos demotucanos na eleição ela mudou o discurso . Puro tró ló-ló e interesse político.

Walter Jark Flho

Santo Antônio da Platina - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 21/12/2010

Prezado Ademir ! Infelizmente a senadora Katia Abreu tem razão numa questão :O aumento do número de pobres no campo . Tive acesso a alguns dados do censo e é verdade . O número de pobres no campo está aumentando mais que na cidade. Nesse contexto é preocupante a atual política agrícola do governo . Uma outra questão é a concentração da produção . É um processo que vem ocorrendo . O MilkPoint já publicou informações (se estiver errado me corrijam) que está aumentando a produção e diminuindo número de produtores .Tenho mais de 35 anos de trabalho em extensão rural . Quando comecei, em 1971 , a população rural representava 80% da população do Paraná. Hoje, ela representa aproximadamente 20% da população .Ocorreu um processo de exodo rural e ao mesmo tempo de concentração . Seria arriscado falar em motivos porque são muitos . Uma questão com certeza contribuiu. A necessidade cada vez maior de escala de produção . Vou dar um exemplo simples : Na região que trabalho a média de produção (de 3929 produtores de leite )é de 59 litros dia. Mesmo a um custo de produção baixo, oferece uma renda mensal muito baixa, próxima a 1 salário minimo . Com esta renda ocorre o exodo de alguem da familia. Portanto por este motivo,renda, alem de outros como logistica de transporte , há necessidade do aumento de escala. O Marcelo que retornou da Austrália veio com boas perspectivas para a produção de leite no Brasil . Portanto o aumento de escala é possivel e necessário . Temos muito espaço para crescer. Mas o processo de concentração vai inexoravelmente acontecer. Como extensionista tenho dificuldade de admitir isso. Devo trabalhar em sentido contrário como fiz nestes 35 anos . O que está errado? Pode ser que não tenha feito meu trabalho direito. Mas uma política agrícola mais adequada facilitaria as coisas.
Walter

Ramon Benicio Lima da Silva

Niterói - Rio de Janeiro - OUTRA
postado em 21/12/2010

Prezados amigos debatedores e ao amigo Ademir.

Se a senadora Katia Abreu tinha uma posição no passado e agora tem outra isto certamente não tem a menor relevância. O fato é que a população rural diminuiu e emprobeceu e além disto, hoje a dificuldade em se conseguir bons trabalhadores para a atividade agropecuária é notória em todos os cantos do país.

Concordo plenamente que o valor a ser gasto com o trem-bala para ligar o Rio a São Paulo teria muito melhor proveito se fosse empregado na construção de vilas rurais com casas decentes, saneamento básico, escolas técnicas agrícolas, demodo a fixar a pouca população que resta no campo. Mas como pagar melhores salários, somente com uma política de preços que permitisse ao produtor arcar com estes salários, também já dei uma sugestão, para que o FGTS do trabalhador rural fosse gerenciado em separado dos trabalhadores urbanos e que fosse utilizado em projetos específicos para o trabalhor rural.

Todos lembram do controle cambial por bandas, acho que o mesmo sistema poderia ser utilizado no setor agropecuário, em especial para o leite, e seria uma forma de não deixar o produtor a mercer de um mercado que se aproveita da fragilidade do sistema.

Um abraço a todos
Ramon

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