Na oposição ao governo desde o início da campanha eleitoral de 2010, a senadora ruralista afirmou que "precisa ter boas expectativas" com a gestão da presidente eleita Dilma Rousseff. "Mas há muitos erros e equívocos na política agrícola", afirmou. Para melhorar a situação, Kátia Abreu sugeriu "não fazer o trem-bala", uma das principais obras defendidas pela então ministra Dilma Rousseff no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Com isso, resolveria a logística do Centro-Oeste brasileiro, que produz 50% da safra", disse a senadora.
Sobraram críticas também ao atual ministro da Agricultura, Wagner Rossi, mantido no cargo por Dilma. "Temos pouco diálogo com Rossi. Mas precisamos de parceria para essa nova política agrícola", disse. E criticou a ocupação política do ministério: "Há um excesso de indicações políticas. O governo precisa garantir que não tenha essa ingerência política em cargos estratégicos. Essa pressão política não pode prevalecer no ministério. E nem se fale da Embrapa".
A presidente da CNA também acusou, com base em um estudo ainda inédito encomendado à Fundação Getúlio Vargas (FGV), uma "grande concentração" da produção em poucas propriedades rurais e afirmou que tem aumentado o número de pobres no campo, segundo o novo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Há 3 milhões de pobres no campo", disse.
No evento de fim de ano, Kátia Abreu criticou, ainda, a falta de reforma do Código Florestal e exigiu mais segurança jurídica no campo. Avisou que fará um "road show" pelo mundo para atrair "investimentos" ao setor rural brasileiro. "Vamos fazer a nossa parte para ajudar o governo", afirmou.
A reportagem é do jornal Valor Econômico, adaptada pela Equipe AgriPoint.
José Humberto Alves dos Santos
Areiópolis - São Paulo - Produção de leite
postado em 17/12/2010
Concordo com a senadora do DEM que o MAPA não deve ser aparelhado com excesso de indicações políticas.
Devo acrescentar também que o representante dos produtores rurais não deveria ter vínculos partidários.
Daí talvez a falta de diálogo com o ministro do MAPA.
Acho também que a pressão política partidária não deve prevalecer num orgão da importância c/o a CNA.