De acordo com previsões da Somar Meteorologia, as lavouras gaúchas continuarão a sofrer mais com a escassez hídrica, mas a luz amarela permanece acesa para o Paraná e, já no Centro-Oeste, também para Mato Grosso do Sul. Na Argentina e no Uruguai também não há previsão de chuvas significativas nessas primeiras duas semanas de janeiro. A tendência, segundo a Somar, é que o Rio Grande do Sul continue com baixo índice de chuvas nos primeiros 15 dias de janeiro.
Em Passo Fundo (RS), uma das regiões gaúchas mais importantes na produção de grãos, deverá chover apenas entre 20 ou 30 milímetros (mm) na primeira quinzena deste mês, bem abaixo da média histórica mensal de 145 mm.
Além do milho, a falta de chuvas vem prejudicando soja precoce, pastagens e lavouras de feijão, batata e outros hortifrutis, segundo boletim da Emater-RS.
O Paraná, maior produtor nacional de milho, e Mato Grosso do Sul, produtor de grãos considerável e novo polo canavieiro, também padecem com a estiagem. Chuvas entre 20 mm e 30 mm são esperadas para a região de Cascavel (PR) e para Dourados (MS) até 15 de janeiro, mas não em patamares que tragam tranquilidade ao produtor, segundo a Somar. Isso porque esses Estados tiveram forte seca em dezembro, que se prolongou por mais de 20 dias.
A Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) já admite perdas em algumas regiões produtoras do Estado, mas ainda não tem estimativas do volume afetado na safra.
Já em Mato Grosso o clima tende a não prejudicar a colheita de soja, que está começando. Maior produtor nacional da oleaginosa, o Estado deve receber as típicas chuvas de verão, mas intercaladas com largos períodos de ocorrência de sol, condição propícia para a entrada das máquinas de colher no campo.
A notícia ruim é que novamente há chances de ocorrência de geadas no inverno, a partir de julho. A estação o fenômeno La Niña deve perder força e o clima, assim, deve voltar à "neutralidade". "A ocorrência de geada no inverno de algumas regiões de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná é o padrão climático, não é atípico", explica Paulo Etchichury, diretor da Somar.
Apesar de chuvas abaixo da média em dezembro nas regiões tradicionais de cana, a tendência é de precipitações mais regulares a partir deste mês. Em Ribeirão Preto, por exemplo, tradicional região canavieira de São Paulo, a previsão para os primeiros quinze dias de janeiro é de chuva de 200 mm, o que mostra grandes chances de a região atingir a média histórica para o mês que é de 300 mm.
No cultivo de grãos, o alerta da Somar recai sobre os produtores rurais adeptos da chamada "safrinha" (segunda safra). Segundo Etchichury, de forma geral as chuvas do primeiro semestre do ano dificilmente se estendem até maio nas regiões de grãos do Centro-Oeste. Devem parar na primeira quinzena de abril.
Com isso, não é recomendado, segundo ele, extrapolar a janela de plantio da segunda safra nem para milho e nem para algodão, prática comum em regiões mato-grossenses. "O risco climático será grande", avisa o especialista.
De forma geral, a meteorologia prevê um primeiro semestre de clima muito semelhante ao mesmo intervalo de 2010. "No entanto, vemos ainda indefinições sobre o que ocorrerá no segundo semestre", diz Etchichury.
A matéria é de Fabiana Batista, do Valor, resumida e adaptada pela Equipe Agripoint.
DIRCEU BABICK
São João do Oeste - Santa Catarina - Produção de leite
postado em 04/01/2012
boa matéria
Na minha cidade já nao chove para água mesmo desde o início de Dezembro. As lavouras de milho e as pastagens estão parando de se desenvolver. A preocupação esta se voltando para água potável, para abastecer as granjas leiteiras, suínos e avicultura de corte.
Esperamos uma boa chuva para amenizar a situação que está ficando caotica.