O diretor técnico da Federação Internacional de Lácteos (International Dairy Federation - IDF), Joerg Seifert, disse que apesar de já haver alguns produtos de queijos fermentados no mercado, será possível o lançamento de mais produtos de leite não bovino no mercado no futuro.
"Novas oportunidades surgirão com o rápido desenvolvimento de tecnologias inovadoras que permitam o uso de ingredientes para conseguir certas propriedades nos produtos terminados", disse ele ao Dairy Reporter. Ele disse que os produtos podem ser usados para afetar sabor, textura ou nutrição para oferecer boas opções ao consumidor.
Seifert disse que apesar de a composição diferente do leite de vaca comparada com o leite de outros animais continuar limitando o uso dos produtos isoladamente, uma combinação de vários produtos pode apresentar novas áreas para o desenvolvimento.
"Existem vários queijos no mercado que são produzidos a partir de misturas de leite de vaca e de outros animais. Em países como Índia e Paquistão, a maioria dos produtos lácteos é feita com uma mistura de leite de vaca e de búfala, uma vez que esses leites são coletados juntos em fazendas de pequeno porte".
De acordo com dados do IDF, no ano passado, o leite de búfala, usado na produção de queijo mussarela, teve aumento de 37% na produção, para 82 milhões de toneladas, nos últimos 10 anos. Esse crescimento foi bem maior do que o do leite de vaca, que foi de 18%, para 553 milhões de toneladas, no mesmo período.
A produção de leite de cabra aumentou em 3,3%, para 12,5 milhões de toneladas durante os últimos 10 anos até 2007, com a produção de leite ovino aumentando em 4,9%, para cerca de 8,3 milhões de toneladas no período.
Apesar deste crescimento geral, Seifert disse que os leites alternativos, tanto em termos de produtos independentes como de ingredientes, provavelmente não competirá com o leite de vaca como uma área viável de fornecimento. "Eles continuarão sendo um nicho de mercado simplesmente por causa dos volumes limitados de produção".
"Entretanto, em alguns países esses leites podem ganhar um nível maior de importância no mercado por causa das condições naturais e climáticas que não favorecem a criação de bovinos leiteiros, como em países secos e quentes, que podem querer aumentar a produção doméstica de leite a partir de espécies adaptadas, como as cabras".
Apesar das estatísticas da demanda por produtos de leites alternativos, a IDF estima que a atual demanda geral por produtos lácteos está aumentando anualmente em cerca de 3%, bem acima da produção.
A Federação disse que muitos Governos nacionais aprovaram esquemas para melhorar a qualidade do gado. Similarmente, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) está apoiando compromissos similares para melhorar a infra-estrutura através de projetos focando na produção, higiene, segurança e capacidade de processamento.
"Isso estimula a maior demanda e incentivos para os produtores locais investirem na produção de maiores volumes de leite de boa qualidade. Existem vários exemplos positivos de modernização das indústrias de lácteos locais no Paquistão, Egito e Turquia - todos países onde a produção de leite de cabra e de camelo estão atualmente expandindo".
Seifert disse que os queijos como Bucheron e Caprino fresco, derivados do leite de cabra, e Manchego, do leite de ovelha, são exemplos de produtos extremamente populares no mercado global.
Apesar de a produção destes leites estar aumentando, a indústria ainda tem muitos desafios para enfrentar. Ele cita como uma importante limitação o clima e as condições de alimentação animal em alguns países que favorecem a produção de leite de vaca, reduzindo significantemente a produção de leite de outras espécies.
"Métodos tradicionais de produção de leite e processamento - como ordenha mecânica e processamento em lote de leite - comparado com o processamento contínuo em processos altamente mecanizados/automatizados também é um fator".
Antonio Cardoso de Lisboa
Aracaju - Sergipe - OUTRA
postado em 30/06/2008
Parabenizo aos que fazem este site pelas excelentes informações, muito úteis e que nos tem mantido atualizados do que está acontecendo no mundo desse agronegócio.
Abraços.