"Acreditamos que os dados do IBGE, embora não pareçam, são os mais corretos possíveis. Assim como foi dito no trabalho acima: '... cumpriu sua missão de maneira positiva e exemplar, mesmo com toda sorte de problemas enfrentados num país de dimensões continentais como o nosso....'. Entretanto o que temos que avaliar, além dos números citados, é como o setor pode, com esses dados, transformar-se em setor qualitativa e quantitativamente eficiente. O que os gestores podem fazer para tirar a ovino e a caprinocultura deste marasmo em que se encontra. Em que os produtores (Associações, Cooperativas, etc.) podem contribuir para que possamos, ao menos, nos tornar auto-suficientes na produção de carne e, até mesmo, subprodutos, leite e derivados.
O mercado, poucos citam, tem crescido de forma considerável. As empresas de agregação de valor ao produto (frigoríficos, entrepostos, etc.), embora não estejam satisfazendo as expectativas dos produtores, já estão existindo. O Poder Público(esse é complicado), muito timidamente, em algumas unidades da federação, já começaram a prover incentivos (financiamentos) para alguns criadores. Mas também o que esperar do governo além disso? Penso que ele já está fazendo além do que pode, pois ele não sabe o que nós, produtores, estamos querendo.
Em resumo:
- Primeiro - temos que saber e definir o que queremos na produção de ovinos e/ou caprinos, ou seja, temos que equacionar todos os nossos objetivos juntamente com as dificuldades criando, dessa forma, um plano estratégico de desenvolvimento da ovino e caprinocultura brasileira.
- Segundo - de posse desse plano estratégico temos que nos unir em um só objetivo (talvez o de aglutinar todos os representantes do setor e provocar discussões sobre o tema, propor soluções e cobrar, mas cobrar muito de todos os que se dizem defensores do povo. Entretanto, não podemos ser bairristas, temos que lutar pelo crescimento, em geral, dos setores em questão.
- Terceiro e em comum - temos que avaliar todas as estrategias de marketing, de logística, de controle zoosanitário, de produção, de comercialização, enfim tudo que podemos avaliar e fazer para que não continuemos sem sair do lugar, pois eu já ouvia falar no final da década de 80 que o Brasil tinha carência de produção de ovinos e caprinos para suprir a demanda. Imaginem hoje, 20 anos depois, com um rebanho com decréscimo de crescimento.
Portanto, senhores criadores, técnicos, gestores, admiradores e tantos outros com afinidade ao setor, não são os dados do IBGE que estão insatisfatórios, ou mesmo errados, somos nós que trabalhamos e admiramos os setores em questão é que temos que agir, que fazer acontecer. Se nós não contarmos que estamos e onde estamos sentindo dor, o médico não saberá nem, ao menos, que estamos precisando de sua ajuda.
Criemos coragem e discutamos mais a ovino e caprinocultura brasileira, pois assim teremos a certeza de que pode valer a pena criar ovinos e caprinos neste país."
Mariana Paganoti de Oliveira, Equipe Farmpoint.
João Luiz Lopes/Tecnovinos
Goiânia - Goiás - Ovinos/Caprinos
postado em 12/02/2008
Muito Obrigado.
Espero que tenha contribuido para o desevolvimento dos setores e que eu possa continuar comentando e interagindo.
João Luiz