"Se existe algo que eu não consigo entender, é o fato, de que toda vez que os órgãos governamentais do país editam medidas para profissionalizar as atividades de exploração dos recursos naturais - água, solo, florestas, animais - aparecem pessoas articulando contra, sem mesmo esperar que os resultados apareçam. São os mantedores do atraso cultural no País.
No final de julho mais precisamente entre os dias 31 de julho e 2 de agosto, aconteceu na cidade mineira de Uberlândia, sob a organização da AgriPoint, o Agripoint Gestão Leite 2008, um evento com tamanha seriedade que teve como tema principal, a produção sustentável de leite e as questões ambientais. Um pouco antes, nos últimos dias de julho, - 25 a 27 - em Edimburgo, na Escócia cerca de 250 profissionais de mais de 40 países, inclusive brasileiros, num evento organizado pela FIL - Federação Internacional de Laticínios em parceria com a DeLaval - gigante na fabricação de equipamentos de ordenha, formação e profissionalização do produtor de leite - também se reuniram com propósitos semelhantes, a produção de leite e as mudanças climáticas. O que tais articulistas pensam de tais eventos?
Talvez uma mera bobagem, uma afronta desarticuladora da burrice que ainda impera no setor rurícula do País. Não cabe a ninguém ridicularizar a maneira de pensar do outrem. Entretanto, que a verdade tem que ser esclarecida, isso tem.
No Brasil, a mais de meio século, profissionais vem alertando sobre questões que envolvem o desmatamento, queimadas, assoreamentos e poluição de rios, desertificação de solos, extinção de espécies animais e vegetais, contaminação dos mananciais e lençóis freáticos etc. Porém, ao longo desse tempo, pouca ou quase nenhuma seriedade foi dada a esses alertas. O desafio contábil e administrativo, sempre se embasou na premissa, de que, ser racional na geração de meios que proporcione a sobrevivência humana, através da produção do emprego que cria renda e riqueza, utilizando recursos que não se escasseiam, por serem de tal forma mal utilizados.
Ações governamentais e de grupos empresariais mais éticos e conscientes precisam ser tratadas com mais seriedade. Primeiro se planta, cuida da planta para só depois ser beneficiado com os frutos. Caro não é a adequação que a legislação exige. Caro é ter que suportar as consequências de se não ter legislação. No Brasil existe um poetismo, de que os agropecuaristas não tem dinheiro para fazer as adequações. Não se se trata de questão financeira e sim do bom uso do capital intelectual que todos aparentam ter. Os tempos exigem mudanças e adequações que concilia dinheiro e inteligência. Ou nós brasileiros nos organizamos para seguir a procissão dos tempos atuais ou então podemos começar a pensar seriamente em mudar de planeta, porque na Terra existem muitas leis e nós não gostamos nem um pouco delas."
Mariana Paganoti - Equipe FarmPoit
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