"O artigo é excelente, mas convém lembrar que o produtor não é remunerado pela pele.
Esse sub-produto é aproveitado inicialmente pelo intermediário que efetua o abate, o "marchante", o abatedouro municipal ou o frigorífico, raramente o produtor, e a pele prossegue por "n" intermediários, até chegar ao curtume.
Ou seja, não há estímulo nenhum para que o produtor invista na qualidade da pele (evitar danos mecânicos por cercas de arame farpado ou espinhos, por exemplo) já que ele não é recompensado por esse cuidado adicional na hora de vender o animal vivo.
E atualmente, mesmo o "marchante" não está vendo muita vantagem em cuidar do processo de esfola (da qualidade da pele, portanto), pois o mercado está pagando (no Nordeste) algo em torno de 5 a 8 reais a peça, quando há quatro anos atrás chegou a pagar 15 reais.
Além disso, a importação de peles de países africanos e do Oriente Médio, de melhor qualidade e preços mais acessíveis, esvaziam o interesse pelos programas de incentivo à melhoria da qualidade do produto nacional."
Mariana Paganoti - Equipe FarmPoint
Envie seu comentário: