"O interessante nesta típica exibição comportamental, é a forma como este padrão se perpetuou. Em condição selvagem, estes animais tendem a reduzir ao máximo o tempo de parição, já que neste momento estão suscetíveis a alguma pressão de predação. Assim, quando dá-se a parição, a matriz tende a promover estímulos que fazem com que o neonato responda mais rápido ao meio e fique menos tempo vulnerável.
Ao se afastar do grupo (no momento da parição) a fêmea perde a vantagem do incremento da vigília oferecido pelo grupo, assim, em animais selvagens, fica evidente o porque destes se isolarem em abrigos, ficando menos visíveis.
O fato da fêmea consumir o líquido amniótico se deve ao odor típico exalado dele poder atrair predadores em meio selvagem, e por transmissão cultural, o indivíduo doméstico consegue ainda preservar tal comportamento, que instintivamente lhe assegura para que prospere e maximize sua sobrevivência. Além deste líquido poder ter alguma característica nutricional, dando-lhe algum retorno após o desgaste do parto.
Muito boa a abordagem sobre o efeito da tosquia no investimento parental. Durante o parto, o déficit energético devido ao esforço é grande, assim a reserva energética que poderia ser utilizada na termorregulação acaba ficando mais limitada. Logo, acredito que com a tosquia o animal procure se abrigar para no momento do parto evitar a ação do frio. Onde, tendo-se uma camada protetora antes da tosquia, a termorregulação seria mais eficiente e a fêmea não necessitasse de ir à procura de abrigo. Acha que isso seria uma hipótese?
Muito bom saber que existem pessoas desenvolvendo trabalhos nesta área."
Mariana Paganoti - Equipe FarmPoint
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