"A pouca experiência que tive em relação à economia, me permite dizer que mexer com inflação é mexer com pólvora e fogo.
A política governamental de levar alimentos a quem não tinha acesso e as maiores procuras internacionais vieram no momento ao qual o mundo voltou os olhos na produção de combustíveis renováveis e isso tem remunerado os produtores; ocorre que simultaneamente ao aumento na demanda de alimentos reduziu a produção.
A maior demanda interna de produtos agrícolas contribuiu para a analise, o Brasil está produzindo mais frango, suínos, gado e temos boa perspectiva na produção de ovinos e caprinos, sem contar que outros potenciais produtivos como a piscicultura é pouco explorada, isso mostra que a curto e médio prazo o consumo de alimentos poderá aumentar significativamente, a realidade é que não existe oficialmente previsão de aumento na área a ser cultivada, mas o aumento no consumo dos produtos é real, indicando tendência de piora na situação.
Optar pelo cultivo de cana-de-açúcar, mamona e pinhão manso é uma alternativa de fuga as taxações dos países exportadores de matérias primas para fertilizantes, já que estas culturas utilizam pouco ou nenhum fertilizante, outra saída para os produtores foi a redução na área de plantio ou a redução no investimento, sendo que ambas opções reduzirão a colheita; consequentemente a demanda agrícola no mínimo ficará a mesma e quem pagar mais leva o produto.
De imediato nada pode ser feito sem grandes reflexos econômicos, isso significa que o período é de cautela nas negociações. O congresso pode ajudar aprovando com maior rapidez as leis, especialmente quanto a exploração de reservas de potássio brasileiras, ajudaria um pouco a reduzir os custos dos fertilizantes. É obvio que não só os fertilizantes foram os culpados pelo alto custo dos alimentos, os fatores climáticos têm influenciado significativamente quanto a oferta e isso é de tempos.
Uma saída para o Brasil a médio e longo prazo, seria a estruturação para processar a produção e exportar o produto acabado, empregaria pessoas, e faria com que o dinheiro girasse nas mãos de mais brasileiros. A dúvida está na viabilidade econômica disso, se por um lado é mais barato vender o produto do que investir em processos de industrialização, como vamos combater o desemprego e a fome?
Comparando o Brasil a uma indústria de geração de produtos tanto bens como serviços, podemos afirmar que a produção é menor do que a demanda, que os operários estão parados, que a fabrica está perdendo dinheiro, e que nesse tempo a concorrência estuda meios de assumir nosso mercado.
Por fim, alimentam o fogo com políticas obscuras e ações ineficientes, sem saber o quão perto da pólvora podem chegar e o pior é não saber nem o tamanho do barril."
Mariana Paganoti
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