“Essa discussão é interessante. Do ponto de vista acadêmico, a extensão não é valorizada, por ninguém, instituição e professores. Sempre me envolvi nas questões "administrativas" da vida acadêmica, como diretório acadêmico, empresa júnior, e já fiz parte de comissão de extensão como discente, e sempre ouvi que os três pilares da Universidade são o Ensino, a Pesquisa e a Extensão.
Só que no meio acadêmico, raramente alguém é reconhecido como professor, por ministrar aulas (muito menos extensionista), e sim como pesquisador. Conhecemos nossos pares pelas publicações. Para o pesquisador ser valorizado, precisa publicar sua pesquisa em periódicos que não possuem o perfil de uma revista técnica ou extensionista. Na grande maioria das vezes, as melhores revistas são internacionais.
As instituições de pesquisa cumprem com o seu papel, e acredito que o problema é a falta de políticas públicas com relação à difusão e transferência das tecnologias geradas nas pesquisas, papel dos órgãos de extensão.
Participei de uma reunião da Câmara Setorial de Caprinos e Ovinos de São Paulo onde foi divulgado que o Instituto de Zootecnia iria capacitar os técnicos da CATI (órgão de extensão de São Paulo) para atuarem na produção de caprinos e ovinos. Após um tempo, encontrei um técnico da CATI em um evento e perguntei a ele sobre essa ação conjunta do IZ com a CATI, e ele disse que só quem tivesse interesse iria fazer o treinamento.
A iniciativa foi interessante, só que o desinteresse foi maior. Se houvesse um empenho maior das instituições, acredito que em São Paulo, teríamos pelo menos um técnico capacitado para atuar na área em cada Casa da Agricultura nos municípios.
Talvez não é a extensão que seja desvalorizada, e sim o setor!”
Qual é a sua opinião sobre esse assunto? Participe!
Rafael Gomes
Osório - Rio Grande do Sul - Estudante
postado em 28/06/2013
A extensão é sim muito desvalorizada nas universidades. Sou graduando em Medicina Veterinária pela UFRGS e aqui não é diferente. A maioria dos professores nunca teve que trabalhar como técnico a campo. Muitos só fizeram as pós-graduações e já entraram como professores, devido às muitas publicações e títulos. Temos uma deficiência severa de aprendizado sobre como implantar essas pesquisas, se é que são implantáveis. Muitas vezes não passam de meia-dúzia de PCRs de importância questionável. Não temos nenhum aprendizado sobre vida profissional, sobre como nos portarmos profissionalmente vindo desse tipo de professor.
Muitos de nós terão que aprender na marra a extensão, e o pior: após a formatura.