"Prezados, embora eu seja leitor assíduo do FarmPoint não sou de enviar cartas acerca dos artigos publicados. Não que eu não goste, mas é porque às vezes deparo com situações como esta em que os limites entre as divergências de opiniões sobre o conteúdo técnico do que se escreve no site (a propósito, um site de muita relevância para a caprinovinocultura nacional) e o desrespeito àqueles que dispendem seus preciosos tempos me parecem muito tênues.
Imagino que todos aqueles que acessam o site, buscam informações que contribuam para o exercício de suas atividades (as trocas de experiências) no cotidiano de cada um. Assim, não vejo os porquês de questionamentos do tipo: "Aonde está a EPAMIG que não oferece cursos para criadores?" ou: "No que se refere aos orgãos publicos responsáveis pelo desenvolvimento, não vejo nenhum progresso por parte de vocês" ou ainda: "Quanto aos "CIENTISTAS", "MELHORISTAS", que se formaram com o nosso dinheiro (do contribuinte), quando são absorvidos por órgãos públicos, de nada servem, para os pequenos e médios produtores, devido a inacessibilidade".
Me surpreende que os dois primeiros comentários partem exatamente de pessoas de MG, e assim deveriam saber que: primeiro - a EPAMIG é uma empresa de pesquisa e não de extensão rural. Segundo: no que se refere aos órgãos públicos sem desenvolvimento, sugiro que vejam os trabalhos desenvolvidos pelas Universidades Federais (UFV, UFMG, UFLA) e outras instituições públicas como a própria EPAMIG, o IMA. Quanto aos CIENTISTAS que se formaram com o "nosso dinheiro" e de nada servem, talvez seja a sua realidade. Mas não se deve generalizar, afinal muitos pesquisadores estão no campo para aprimorar a cadeia e neste caso, não há melhor exemplo do que o vindo do seu próprio estado, o CE: a EMBRAPA CAPRINOS E OVINOS que desenvolve trabalhos fantásticos não só no Ceará.
Quanto ao conteúdo do artigo, acredito que os animais SPRD (sem padrão racial definido) não desaparecerão dada a tamanha diversidade de sistemas de produção de ovinos no país, em especial na região NE. Agora, fazer seleção por escores atribuídos a fenótipos, isso sim parece brincadeira e de fato não alavanca a atividade, conforme o Octávio falou. Cadê as DEPs nos catálogos das centrais que comercializam genética de ovinos conforme se vê nos catálogos de bovinos? É raridade e só acompanhamento do desenvolvimento ponderal individual não basta (pesagens às diferentes idades), é muito pouco.
Também compartilho da opinião do colega Pedro Nacib de que o Dorper é uma realidade no mundo e acredito que veio pra ficar. De fato, os trabalhos conduzidos pelo Wandrick lá na EMEPA-PB são promissores para a raça aqui no NE. Assim, conforme o colega Eldar Alves disse, todos tem um pouco de razão. Se a região é quente, é possível implantar modificações primárias nos sistemas de produção, seja para exploração a pasto ou não. Modifica-se o manejo nutricional diminuindo o incremento calórico das rações, bem como as estratégias fornecimento dos alimentos e o manejo reprodutivo".
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Nei Antonio Kukla
União da Vitória - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 30/09/2010
De uma coisa eu acredito por vivenciar bem está área:
Grande parte dos órgãos públicos de ATER estão com suas estruturas defasadas, comprometidas, sucateadas e com seu RH em fase de aposentadoria sem a preocupação de muita renovação. Atribuo este fator, opinião pessoal minha, de que para um Governo de Estado é melhor investir em estatais que dão retorno rápido, como empresa de energia elétrica, saneamento etc.
Mas tudo bem, acho que tbm existem belos exemplos de instituições públicas de ATER que fazem um bom trabalho. Porém, para realizar um bom trabalho é importante que os agropecuaristas apresentem demanda, sejam organizados e vão atrás de informação. Está sonhada demanda pelo serviço de ATER é a coisa mais gratificante para um bom profissional, qdo ele é procurado, vai trabalhar na certeza que muita gente precisa de seu trabalho. É animador.
Por outro lado qdo o profissional atende uma região que não ocorre este fator, ele mesmo se desmotiva a trabalhar.
Hoje, graças a aprovação da nova Lei de ATER, empresas privadas, cooperativas de serviços podem participar de ediatis públicos de chamadas de ATER e, se forem aprovadas podem entrar com sua equipe técnica em campo e realizar um bom trabalho, sem estar ençilhadas na burocracia ainda existente em demasia nos órgãos públicos.
Vamos levantar demanda de trabalho e sermos sempre organizados.