A usina construída há sete anos no campus “Paulo VI” da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) nunca funcionou e vem passando por várias intervenções técnicas, para corrigir inadequações do projeto original. Diante da situação insustentável que prejudica os produtores familiares e diminui a oferta de leite de cabra no mercado local, o secretário Marcelo Coelho afirmou que a Semapa assumirá diretamente o processo.
Durante a reunião desta semana, o gerente da agência Centro do Banco do Brasil, Francisco Alan Bastos, disse que o banco convocou todos os produtores envolvidos no projeto para fazer a negociação da dívida dos empréstimos. A medida é necessária para evitar a inadimplência, que fatalmente, inviabilizará qualquer outra operação de ampliação ou aquisição de matrizes. Dos 42 produtores que receberam recursos do Pronaf, apenas seis fizeram a revisão dos seus débitos e outros sete demonstraram o interesse em fazê-la. Ficando 29 sem qualquer satisfação ao credor.
O titular da Semapa pediu novo prazo ao Banco do Brasil para renegociar a dívida remanescente dos produtores, determinou a aquisição do material necessário para colocar a usina em funcionamento e recebeu do BB, a garantia de novos empréstimos para implantação de capineira, equipamentos de irrigação, melhoria das instalações dos animais e aquisição de matrizes.
Com estas ações e a participação dos produtores familiares, o secretário informou que todo o leite processado já tem mercado certo: a merenda escolar do município. O DRS de Caprinocultura da Semapa é integrado por 42 produtores familiares que criam cabras leiteiras de alta produtividade. Todos eles se dedicam a outras atividades próprias de sitiantes e pequenos proprietários de terra como: horta, pequenas criações e frutíferas.
Por falta de ações positivas e não continuadas na caprinocultura, dificuldade na venda do leite “in natura” e cuidados com a saúde e alimentação dos animais, quase todos os produtores, ao passar dos anos, diminuíram os planteis ou desestimularam seu crescimento.
Estiveram presentes na reunião que decidiu as ações de retomada do funcionamento da usina de pasteurização de leite de cabra, o secretário da Semapa, Marcelo Coelho, a secretária-adjunta, Conceição Marques, o gerente geral do Banco do Brasil (Centro), Francisco Alan Bastos, a gerente de relacionamento, Ana Paula Fernandes, além de superintendentes e coordenadores das áreas de produção e agronegócios da Semapa.
Entenda o caso
Em 2010, por ação da Associação dos Caprinocultores, o Ministério Público Estadual (MPE) reuniu todos os parceiros do projeto (Semapa, BB, Uema, ACEMA e Sebrae) para assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), visando corrigir as distorções detectadas, as quais estavam impedindo o funcionamento da fábrica.
Pelo documento assinado entre as partes, todas as instituições parceiras deveriam atender às reivindicações dos produtores, sob pena de multa diária de hum mil reais. Em relatório técnico feito pela Semapa ficou demonstrado que as partes não cumpriram ou cumpriram apenas parcialmente o acordo e a usina permanece fechada.
Nesse meio tempo, os produtores se viram obrigados a buscar individualmente soluções para comercializar o leite “in natura” diretamente ao consumidor, repor as matrizes leiteiras e alimentar o rebanho.
As informações são da Prefeitura de São Luís, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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