O presidente Lula anuncia hoje (07), na sede da Embrapa, a destinação de mais de R$ 100 bilhões em crédito rural ao segmento empresarial. Às vésperas de uma nova rodada de elevação nos juros básicos da economia, Lula dará ênfase à manutenção das taxas nas operações de custeio agropecuário em 6,75% ao ano.
O governo também anunciará um substancial aumento de R$ 6,5 bilhões (ou 12%) nos recursos com juros subsidiados pelo Tesouro. Serão destinados R$ 60,7 bilhões a juros "negativos", ou seja, abaixo da Selic de 9,5%. O plano incluirá ainda a elevação dos principais limites de crédito individual, a ampliação da cobertura do seguro rural e a manutenção dos atuais preços mínimos de garantia - ao menos por enquanto, já que o Ministério da Fazenda insiste em reduzir os valores de referência para milho, trigo e feijão.
O novo Plano de Safra do governo incluirá a criação de uma nova linha de crédito exclusiva para médios produtores, cuja renda anual seja inferior a R$ 500 mil. O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) substituirá o Proger Rural e terá orçamento de R$ 5,65 bilhões. "Nosso olhar está voltado para eles. O grande tem boa relação com bancos e tradings e os pequenos já têm o Pronaf. Os médios, até agora, não tinham isso", disse o ministro.
O novo Plano de Safra também terá uma forte ênfase em ações sustentáveis. Batizado como "Agricultura de Baixo Carbono", o programa terá R$ 3,15 bilhões com juros entre 5,5% e 5,75% ao ano e prazos de 12 anos a 15 anos para pagar, além de carências estendidas. "Há um ambiente atritado entre ambientalistas e produtores com a demonização da agricultura.
O ministro Wagner Rossi informou que a meta do "ABC" é recuperar, ao longo da próxima década, 15 milhões de hectares de terras degradadas; estimular a ampliação da área de florestas plantadas de 6 milhões para 9 milhões de hectares; adotar o sistema de integração lavoura-pecuária-florestas (ILPF) em 4 milhões de hectares; incentivar o plantio direto na palha em 33 milhões de hectares e a fixação biológica de nitrogênio (substituindo o uso de fertilizantes) na produção de mais 5,5 milhões de hectares.
O Plano de Safra 2010/11 também inclui a garantia de R$ 2,4 bilhões para a estocagem de etanol ("warrantagem") com juro de 9% ao ano. O ministro avalia que a linha anterior, lançado no plano 2009/10, tinha juros muito altos, prazos curtos e demandava garantias exageradas das usinas beneficiárias.
Os benefícios do governo ao setor rural também buscam estimular a construção de armazéns próprios nas fazendas por meio do aumento dos limites de crédito. Em contratos individuais, será possível obter até R$ 1,3 milhão. Nos casos coletivos, até R$ 4 milhões ficarão disponíveis. "Queremos estimular os pequenos produtores. Com R$ 300 mil, por exemplo, dá para armazenar a produção de 100 hectares", afirmou Rossi.
Segundo ele, os grandes produtores e cooperativas têm consciência da urgência de construir armazéns para vender a produção na época da entressafra, quando a demanda aumenta e os preços sobem. De olho nas demandas dos produtores do Nordeste, o governo também vai amparar o plantio de frutas tropicais por meio de uma nova linha de crédito para a fruticultura. "Temos que levar a agregação de renda para todas as regiões, sobretudo no Nordeste", disse o ministro Wagner Rossi.
A reportagem é do Jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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Durval Ribeiro de Gouveia Junior
Barra do Garças - Mato Grosso - Produção de gado de corte
postado em 07/06/2010
Bela reportagem. Espero que o governo realmente coloque em prática.