"Esta é uma guerra cambial que está se tornando uma guerra comercial", disse Mantega em sua primeira entrevista exclusiva desde a posse da presidente Dilma Rousseff. Seus comentários ocorrem após intervenções nos mercados de câmbio do Brasil, Chile e Peru na semana passada, e recentes disparadas do dólar australiano, do franco suíço e outras moedas em meio a um êxodo de investimentos das cambaleantes economias dos Estados Unidos e Europa.
As ações renovaram o interesse sobre como lidar com fluxos especulativos desestabilizadores, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) sugerindo na semana passada que o mundo precisa de regras para coordenar o uso de controles de capitais. Mantega cunhou o termo "guerra cambial" em setembro antes de lançar medidas de controle de investimentos externos.
Ele disse que a maioria das medidas no ano passado era voltada para o mercado à vista de câmbio, mas agora o foco mudou para os mercados futuros que, segundo Mantega, estariam por trás da pressão de alta recente sobre a moeda brasileira. Na quinta-feira, o Banco Central surpreendeu ao lançar uma medida para limitar a venda a descoberto de dólar contra o real dos bancos locais. "Você pode esperar mais medidas nos mercados futuros", disse Mantega.
Ele disse que a manipulação cambial deve estar na agenda do G20 este ano. O Brasil pode também pressionar para que a Organização Mundial de Comércio (OMC) defina a manipulação cambial como uma forma velada de subsídio à exportação.
As informações são do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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