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Marina Silva deixa o Ministério do Meio Ambiente

postado em 14/05/2008

12 comentários
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A senadora Marina Silva (PT-AC), numa carta enviada ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu demissão do cargo. Oficialmente, a assessoria de Marina informou que a saída ocorreu por causa de uma série de desgastes provocados por ações do governo com as quais não concordava e uma seqüência de insatisfações com as atitudes do próprio presidente. Mas o que pode ser qualificado como "gota d'água" foi, de fato, a escolha de Mangabeira Unger, ministro da Secretaria de Ações de Longo Prazo, para a chefia do conselho gestor do Plano Amazônia Sustentável.

Marina sentiu-se desprestigiada pelo presidente Lula por não ser a responsável pelas ações que teriam como prioridade garantir a proteção ambiental da região. No fim de semana, reunida com assessores e aliados na sua casa, comunicou que voltaria ao Senado. A declaração de que preferia perder a cabeça, mas não o juízo foi relembrada.

Mangabeira Unger disse ontem que "jamais" teve divergências com Marina. Segundo sua assessoria, o ministro lamentou a demissão. "Nada abalará o compromisso do governo Lula e do Brasil com o desenvolvimento sustentável da Amazônia, que se confunde com o próprio engrandecimento do País", afirmou.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, lamentou a decisão da senadora Marina Silva de deixar o Ministério do Meio Ambiente. Stephanes fez questão de destacar o bom relacionamento mantido entre ambos e reconheceu o papel significativo de Marina Silva na defesa das causas ambientais do País.

Dirigentes das principais entidades agropecuárias do Brasil avaliaram como positiva a saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente, à espera de mais ponderação do próximo ministro na definição de uma política visando o desenvolvimento sustentável das regiões ambientalmente mais sensíveis.

"Espero que o próximo ministro não seja tão radical quanto a Marina, porque infelizmente a ministra Marina se pautou muito nas questões ambientais e se esqueceu do principal ente do meio ambiente que é o ser humano", disse o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, em entrevista por telefone.

Os produtores mato-grossenses, além daqueles situados no Estado vizinho, o Pará, com forte atuação na pecuária, passaram a ser mais fiscalizados durante a gestão de Marina Silva. Eles argumentam que a ministra esteve por trás de uma série de restrições ao setor, que inclusive impediram alguns de obter novos financiamentos para desenvolver suas atividades.

A ministra argumentava que houve um aumento do desmatamento no final do ano passado, que acompanhou a alta nos preços das commodities agrícolas. Após a divulgação dos dados sobre o desflorestamento no Norte e Centro-Oeste, o governo disparou a chamada Operação Arco de Fogo, para combater o comércio ilegal de madeira, que contou com a participação da Polícia Federal.

O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho, avaliou que o próximo ministro deveria ter uma posição mais equilibrada e menos ideológica sobre o meio ambiente.

"A gente defende mais equilíbrio e mais bom senso, e menos ideologia... Ela é representante dessas correntes de preservação internacionais, muito contraditórias e muito ideológicas", declarou Ramalho.

Na mesma direção foi o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso, Glauber Silveira. "Nós precisamos de um interlocutor que não tenha preconceitos", disse.

De acordo com o dirigente da Aprosoja, Marina Silva nunca pensou no desenvolvimento sustentável, ao contrário, pensou no 'não' desenvolvimento. "O problema da ministra é que ela não tem gestão ambiental, o que ela fez foi simplesmente restrição ambiental."

Para ele, Marina simplemente ficou lançando normas para "mascarar a ineficiência governamental" e deixou de realizar coisas importantes, como a regularização de propriedades rurais.

As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

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Comentários

Maria Joseli Teixeira de Andrade Leite

São João Del Rei - Minas Gerais - Indústria de laticínios
postado em 14/05/2008

As ações de manejo da Amazônia tem que ser diferentes daquelas de qualquer região do país; têm que ser mais restritivas. Não se pode pensar em adotar 20% de Área de Preservação Permanente na Amazônia é igual ao percentual para terras do Cerrado, por exemplo. É um bom momento para reflexão! Esperamos que o novo ministro do meio ambiente tenha bom senso.

Rogerio Faria

Jataí - Goiás - Inspetor da ABQM e ABCPaint / Consultoria Genética
postado em 14/05/2008

É uma pena ver comentários de pessoas que somente pensam no hoje e se esquecem do amanhã. Não se pode deixar de lembrar de que sermos gananciosos em relação ao aumento de propriedades rurais - latifundiários, iremos deixar apenas uma devastação ambiental para nossos descendentes.

Se nós brasileiros tivermos a mentalidade de que não precisamos abrir mais áreas e simplesmente se queremos derrubar uma árvore para nosso uso, deveríamos no mínimo plantar 100 árvores no lugar daquela e ai sim, estariamos contribuindo para o desenvolvimento sustentável.

Eu era e continuo sendo como brasileiro, grande admirador da ex-ministra Marina Silva, mas infelizmente pessoas que nunca contribuiram para a preservação de nenhuma árvore ou mesmo do meio ambiente nesse momento deveriam ter uma reflexão mais coerente do que simplesmente criticar.

Luiz Ribeiro Villela

São Paulo - São Paulo - Produção de gado de corte
postado em 14/05/2008

O Ministerio do Meio Ambiente precisa deixar de se preocupar apenas com as ONGs pagas por extrangeiros, que só veem o Brasil como terra de indios e floresta amazonica.

Os problemas, propositalmente esquecidos por todos, da Região Sudeste, mais poluida e poluidora, são desprezados ou acobertados convenientemente.

Nada se fala, e menos se faz, quanto a poluição das siderurgicas de Minas Gerais, dos Polos petroquimicos do Rio e São Paulo, dos esgotos não tratados destas cidades, onde a concentração populacional atinge números catastróficos e, por isso mesmo, produz a mais danosa poluição ambiental, onde os componentes quimicos mais perigosos à saude são expelidos pelas chamines das fabricas e escapamentos de veiculos.

Os problemas da Amazonia são mínimos se comparados aos do Sudeste, pois atingem populações muito mais dispersas, distantes de eventuais e temporarios focos de fumaça de queima de arvores que não contem componentes quimicos tão perigosos.

Antes de mais nada é preciso pensar no Brasil e nos brasileiros como um todo.

Thiago Cardoso de Oliveira

Muzambinho - Minas Gerais - Pesquisa/Ensino
postado em 15/05/2008

Acredito que tudo na agropecuária deve ser trabalhado com sustentabilidadde porém na região amazônica as medidas devem ser um pouco mais severas para, de fato, controlar o problema que a região vem enfrentando. Espero que o novo ministro saiba discernir sobre a sustentabilidade e a devastação.

Louis Pascal de Geer

Barretos - São Paulo - Consultoria/extensão rural
postado em 15/05/2008

A falta de entendimento e cooperação entre a sociedade e o governo provocaram a fritura da ministra, que foi desde do início abandonada e criticada porque tinha um visão clara e transparente sobre o que não devia ser feito.

A falta de dialogo e uma equipe trabalhando junto para achar as melhores soluções foi fatal e que seja esta a principal lição para todos nós. O meio ambiente não pode ser moldado conforme a musica de cada entidade de classe, mas é soberana em sua missão de ou salvar ou destruir a vida em nossa terra.

Proponho a criação de um conselho interministerial para recomendar como temos que agir na Amazonia para assegurar um desenvolvimento sustentável, mas com grandes contrapesos à Ministra Dilma e Dr. Unger.

Jose Alberto Mendes Rios

Redenção - Pará - Produção de gado de corte
postado em 15/05/2008

Ao meu ver por estar morando no sul do Pará a 30 anos o que talvez dificulta a percepção dos brasileiros sobre o problema da Amazônia é : não convencerem realmente a realidade baseados só em noticias de jornal, televisão,vou dá um exemplo aqui do município de São Félix, onde foi criado recentemente mais uma reserva indígena e onde existe a presença do homem branco (brasileiro), são 256 índios que já tinham posse da reserva antiga com 570 mil ha e se não bastasse estão dando mais 250 mil ha para eles, desalojando os não índios e aí todo mundo bate palma, esquecendo de que os brancos tem família e precisam educar seus filho. Exemplos são muitos e basta ver a confusão na Raposa do Sol, o nosso mal é sermos um pais gigante e que incomoda os países estrangeiros que detém a riqueza do mundo e vivem segurando o nosso crescimento que certamente passará pelo agronegócio.

Iria Maria Davanse Pieroni

Cuiabá - Mato Grosso - Advogada e Produção de Gado de Corte
postado em 15/05/2008

Convém registrar minha indignação quanto ao comentário feito pela Senhora Maria Joseli Teixeira de Andrade Leite, acerca do percentual de "reserva" na amazônia. Primeiro passo ela deveria conceituar Reserva Permanente (que é aquela faixa de terras deixado nas nascente e por onde correm os rios) e, Reserva Legal (que é quantidade de mata que não se pode mexer). Pela atual legislação o proprietário de terra só poderia desmatar 20% da área, permanecendo 80% como ARL e ainda teria que manter a APP. Logo, dependendo do local onde comprasse a terra não poderia nela trabalhar.

Atualmente há um acordo de que 50% ARL e manter APP, deste modo, se o cidadão adquire um propriedade de 300 alqueires, por ex., com várias fontes de água e rios, poderá dispor de menos de 100 alqueires para trabalhar, o que torna inviável qualquer atividade em relação aos custos de produção. O que se deve ter em mente é o princípio constitucional de todos são iguais perante a lei; o princípio da isonomia; onde todos fossem obrigados a manter iguais ARL e APP em suas propriedades independentemente de sua localização. Todos haveriam dar sua contribuição. Ou, caso contrário, os demais estados do Brasil e estrangeiros deveriam pagar aos atuais proprietários de terra localizados na amazônia pela conserva de área maior de mata. Aí sim estaria sendo cumprido os princípios fundamentais insculpido na nossa Constituição.

Sergio Caetano de Resende

Belo Horizonte - Minas Gerais - Produção de leite
postado em 16/05/2008

O ar do mundo é um só e a responsabilidade é de todos. O Estado brasileiro, pelas políticas públicas e, principalmente, pelo Ministério Público e o IEF, está punindo e onerando os produtores rurais como se fossem criminosos, por ter havido uma criminalização da produção de alimentos através do uso da terra e um confisco inconstitucional de parte da propriedade, em nome do ilimitado conceito de função social da propriedade.

Na verdade, os políticos, como um todo, e as pessoas não produtoras rurais e industriais querem que os proprietários de terras arquem com todo o ônus de combate à poluição, através da desapropriação mascarada do usufruto de grande parte de suas terras. Além do confisco do usufruto da reserva legal e da APP, o Estado cria obstáculos pseudojurídicos para impedir o desmatamento que a lei permite. Os não produtores rurais aplaudem essa injustiça mas querem alimentos baratos e abundantes. Porém, a realidade é mais rica que qualquer imaginação. Mais cedo ou mais tarde, o que tem que ser, será.

Luiz Ribeiro Villela

São Paulo - São Paulo - Produção de gado de corte
postado em 16/05/2008

Cortesia com chapéu alheio.

É o que pregam comodamente boa parte dos comentários.

Sem esforço, sem despesas, sem incomodos, sem problemas para sí.

Em seus escritórios iluminados, refrigerados, não se acham agentes poluidores, como se a eletricidade que consomem, a gasolina ou diesel queimada em seus veiculos, os plásticos de que se servem, os esgotos que produzem, nada disso é para essas pessoas causa de poluição ou sua responsabilidade.

Não enfiarão a mão em seus bolsos para pagar seus estragos.

Mas continuarão usando e comprando mobiliarios, portas, caixilhos fabricados com madeiras da Amazonia. Dirão que não sabiam que vinham de lá.

Wanderlei Soares

Querência do Norte - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 19/05/2008

Muito me admira pessoas que parecem inteligentes e que ocupam cargos de importância no cenário nacional virem a publico questionar a capacidade de Marina Silva, uma batalhadora em prol da vida e das futuras gerações. Nota-se claramente o interesse maior desta pessoas de se enricarem cada vez mais e de depredarem o pouco que resta de nossas reservas, seja na Amazonia ou em qualquer lugar. Infelizmente estamos cavando a nossa própria sepultura.

O mundo certamente não irá acabar nunca, mas o ser humano pode sim, desaparecer da face da terra se não tivermos pessoas preocupadas na defesa da natureza como temos a Marina Silva.

Como bom Brasileiro só posso lamentar a saida da Marina do cargo e torcer para que o Sr Mangabeira Unger seja no mínimo tão bom quanto a Marina foi enquanto ocupou tão importante cargo.

DURVAL MIRANDA JUNIOR

Gurupi - Tocantins - Produção de leite
postado em 19/05/2008

Às pessoas não basta "querer fazer". É muito importante "saber fazer". A Ministra Marina Silva, em que pese ter arrebanhado alguns admiradores, não possuía a menor condição de ocupar um Ministério, seja ele qual for. A questão ambiental é muito complexa e não pode ser gerida simplesmente dizendo não e atrasando até de forma proposital os inúmeros projetos que lhe são submetidos. Sempre se vê pessoas criticando os produtores rurais quando o assunto é meio ambiente.

Pergunta-se: algum destes fiéis ambientalistas concordaria em ficar sem energia elétrica em suas casas? Aqueles numerosos defensores deveriam fazer um grande pacto. Supram nossa energeia elétrica, assim não será necessário fazer nova usina no Rio Madeira (RO). Por outro lado, será que ainda não viram que este "maravilhoso" momento econômico por que passa o país está alicerçado na vigorosa produção agropecuária, seja de soja, arroz, milho, boi, porco, frango e etc.

wilson tarciso giembinsky

Paracatu - Minas Gerais - Produção de gado de corte
postado em 21/05/2008

Tem gente que acha que não polui... Que não tem nada com o desmatamento por que não pegou na moto serra... Não é capaz de ligar a sua sobrevivência, consumo e consumismo com a poluição e o desmatamento... Se acha tão esperto mas é alienado...

Ao analisar os comentários anteriores e verificar quem os emitiu percebe-se claramente que funcionários públicos, extensionistas e "consultorias", não sabem quanto custa nada daquilo que preservamos e produzimos.

Talvez pela visão distorcida de que todo produtor rural, até aquele que paga pela preservação e que coloca alimento barato na mesa deles, seja um criminoso ambiental e agora também culpado pela alta dos alimentos e inflação.

Talvez pensem erroneamente que o fato de ser urbano não provoca danos ambientais. Poluem nossos rios e destroem toda vegetação para construir cidades, asfaltam, cimentam tudo e causam enchentes, montanhas de lixo, esgoto e poluem o ar. Esquecem que usam para sobreviver o alimento, o ar puro e a água limpa que produzimos no campo e preservamos, pois é nossa fonte de renda e subsistência.

Nós, produtores rurais, não somos responsáveis pela poluição do mundo, mas estamos sendo condenados por um crime que não cometemos. Eu sou capaz de produzir tudo que preciso para minha subsistência, Será que o urbanóide consegue? A culpa é dele por não produzir e só consumir.

Desliguemos a energia e não precisaremos de usinas, construamos casas de pau a pique cobertas de palha e não precisaremos mineradoras, andemos a cavalo ou a pé, plantemos para nosso consumo apenas e não precisaremos de desmatamentos, e paremos de fazer gente. Gente é quem consome, é quem polui.

Será que alguém quer pagar pelos 600 hectares que preservo? Aceito.

Faço meus os comentários de Sergio Caetano Rezende, Luis Ribeiro Villela, Thiago Cardozo Villela e Iria Maria Danavanse Pieroni. E peço aos outros comentaristas que analisem bem as consequências de seu consumo e existência.

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