Ele diz que seu principal cliente está com funcionários parados porque também não está conseguindo fechar contratos de venda. "Normalmente, neste período, já teríamos boa parte da safra comercializada", ressalta Leal. A expectativa do dirigente é produzir cerca de 2,5 milhões de quilos de lá nesta safra.
Na Cooperativa Mauá, de Jaguarão, extremo sul do Estado, a safra começou mais cedo que o normal para a região, em outubro. Leocádio Ledesma é o presidente e afirma que neste ano a produção deve chegar a 500 mil quilos, no máximo. Os valores estão semelhantes aos praticados em São Gabriel, e os negócios também não estão em ritmo semelhante ao de anos anteriores. "A indústria está com medo de colocar preço por conta da oscilação do dólar", assinala Ledesma. Os dois dirigentes ressaltam, no entanto, que a valorização do dólar frente ao real, é uma vantagem para o setor, pois a lã é comercializada com base nos valores internacionais. "Se temos esta valorização, o produtor vai ganhar mais este ano, caso os negócios começem a andar", especula Leal.
O presidente da Associação Brasileira de Criadores, ARCO, Paulo Schwab, afirma que este atraso na comercialização da lã deve se estender até o início de 2009, quando a Europa volta das férias de final de ano. "Isto já está trazendo fortes reflexos na economia brasileira e gaúcha, principalmente, pois é o principal Estado produtor de lã do País", assinala. Segundo ele a estimativa é que nesta próxima safra a produção seja semelhante a do ano passado que ficou em torno de 11 milhões de quilos, representando um faturamento de US$ 22 milhões. "È um setor que emprega diretamente no campo cerca de 30 mil pessoas e que depois da industrialização da lã, em tops, fatura mais US$ 28 milhões. Se tudo isto parar, vai causar um grande problema econômico", alerta Schwab, acrescentando que já há indícios de que a indústria está com setores parados.
As informações são da Arco, adaptadas pela equipe FarmPoint.
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