"Já existem sinais de que a política monetária começou a influenciar as expectativas de inflação, controlando os efeitos que a aceleração inflacionária de 2008 teve sobre as expectativas", disse Meirelles em evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil Estados Unidos.
"A desaceleração recente da inflação e das expectativas mostra não apenas que é viável, mas principalmente reforça o compromisso do Banco Central de trazer a inflação para o centro da meta em 2009", afirmou.
A alta dos preços de commodities e o aquecimento da economia doméstica levaram a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 12 meses para mais de 6% em junho. No final do mês passado, as expectativas de inflação para 2008 estavam acima de 6,5%, teto da meta definida pelo governo. Mas, após elevar a Selic em 1,75 ponto percentual nas últimas três reuniões, as projeções retornaram ao intervalo de tolerância.
Economistas prevêem agora que o IPCA suba para 6,44% em 2008, de acordo com a pesquisa semanal (Focus) do BC com instituições do mercado financeiro divulgado ontem. Já a estimativa para o indicador em 12 meses recuou de 5,34% para 5,31%. A sondagem também mostrou expectativas de inflação estabilizadas em 5,0% para 2009, ainda acima do centro da meta. Mas Meirelles acrescentou que "há alguns indícios de que esse percentual possa cair" também.
Mesmo com o arrefecimento da inflação, os economistas esperam a Selic em 14,75% ao ano em dezembro. Desta forma seriam mais duas elevações de 0,5 ponto percentual e uma de 0,75 p.p. sobre a taxa de 13% a.a. atual nas três reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) que ainda restam até o final do ano. Para 2009, a expectativa é a de que a Selic recue para 14% anuais.
As informações são da Gazeta Mercantil.
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