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Menor oferta mundial de lã favorece o Uruguai

postado em 23/07/2009

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O Uruguai fechará esse ano a safra de menor volume nos últimos anos com uma estimativa entre 34 e 35 milhões de quilos de lã. No mundo, começam a surgir tímidos, mas firmes, sinais de recuperação no comércio de têxteis.

A 79º Assembleia Anual da Federação Internacional de Lã (ITWO, da sigla em inglês), realizada em Frankfurt, na Alemanha, confirmou que, a nível mundial, se produzirá uma nova queda da produção. No entanto, há sinais de recuperação da confiança do consumidor em alguns dos principais mercados, o que faz pensar em um cenário muito mais favorável para 2010.

Por sua vez, tanto a ITWO como a Austrália retomaram seus programas de marketing de lã com planos que visam educação, tanto do consumidor, como do vendedor.

No Uruguai, a queda da produção é estimada por diversas fontes entre 12% e 15% com relação à safra anterior, ficando entre 34 e 36 milhões de quilos, um dos índices de produção mais baixos da história. Enquanto se aguardam as primeiras tosquias, praticamente não há estoques nem nas mãos dos produtores nem da indústria.

Em uma conferência organizada pela Câmara Mercantil (CMPP), o vice-presidente da instituição, Pedro Otegui, junto com o presidente do Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL), Gerardo García Pintos, e o diretor da consultora Delta, Roberto Cardellino, apresentaram os resultados da reunião.

Cardellino confirmou que a oferta de lã no mundo se reduzirá ainda mais e, após a queda de 8% na safra anterior, se espera uma nova baixa de 2% para a atual. Isso é consequência dos baixos preços da lã e da volatilidade dos mesmos, de forma que os produtores que puderam mudar de produto nos principais países produtores, o fizeram.

Segundo o analista, espera-se enfrentar um cenário mais reduzido por parte da oferta, o que se pode visualizar como uma vantagem para o Uruguai. Com relação à demanda, houve uma forte queda do consumo desde a crise de 2008, mas nos últimos meses, está sendo observada uma paralisação nesse processo de redução e há uma recuperação dessa tendência, sobretudo em um elemento chave que é a confiança do consumidor.

Quanto às preferências da demanda por determinadas finuras, Cardellino disse que "'há uma regra que se cumpre sistematicamente: quando o mercado está em alta, os preços da lã fina tendem a se separar claramente das não tão finas e quando há um ciclo de baixa, essa diferença não é tão grande".

Otegui, no entanto, disse que no Uruguai, toda a indústria necessita de matéria-prima de forma que o produtor deve ter um atrativo econômico no seu estabelecimento que lhe permita manter ou aumentar a quantidade de animais.

Por sua vez, ele recordou que a Austrália, após abandonar durante anos o marketing, tem retomado essa prática para voltar a impor o logotipo woolmark no mundo. Para Otegui, é necessário buscar a forma de chegar ao consumidor para demonstrar as forças da lã.

A ITWO lançou na Europa um material chamado "O caminho da lã", onde mostra as virtudes da lã e sua comparação com outras fibras. Busca-se chegar com isso às lojas e o material está sendo traduzido para o espanhol para toda a América Latina e Espanha, além de também estar sendo traduzido para chinês, turco e alemão.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela equipe FarmPoint.

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