Fechar
Receba nossa newsletter

É só se cadastrar! Você recebe em primeira mão os links para todo o conteúdo publicado, além de outras novidades, diretamente em seu e-mail. E é de graça.

Mercado de ovinos e caprinos ainda engatinha no Estado de Goiás

postado em 09/07/2013

8 comentários
Aumentar tamanho do texto Diminuir tamanho do texto Imprimir conteúdo da página

 

A produção de ovinos e caprinos em Goiás ainda engatinha, apesar das inúmeras potencialidades do mercado e da rentabilidade da criação. “Se o pecuarista fizer as contas para criar, em comparação com o gado bovino, ele chora”, brinca André Luís Rocha, produtor da raça White Dorper e veterinário responsável pela Cava Alimentos, que abate cerca de 500 animais por mês, número considerado bom por ele. “Já foi pior”, afirma.

A análise do veterinário e criador de ovelhas White Dorper tem também um tom de desabafo, dado o pouco aproveitamento das qualidades do rebanho ovino e caprino, bem como da grande procura pela carne. “Existe um grande mercado no Brasil”, diz. Em termos comparativos, de acordo com ele, o consumo de cortes de cordeiro per capita no Brasil é de 0,4 quilo por ano, enquanto no Uruguai e na Argentina o consumo chega a quase 20 quilos por ano.

André Rocha ainda aponta que o Brasil importa 60% da carne e, por falta de organização do setor, dos demais 40% produzidos no País, 90% são clandestinos, ou seja, não passam por frigoríficos fiscalizados, e não têm certificação de qualidade ou sanidade. Dessa forma, recorremos a outros países. “Importamos cortes do Chile, do Uruguai, da Austrália e da Nova Zelândia”, enumera o veterinário, que também é inspetor técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (Arco), membro do colegiado de jurados The Dorper Sheep Breeders’ Society of South Africa, e criador de ovinos elite e carne.

Nas fazendas, os números também são muito pouco expressivos. Conforme dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goiás conta com um rebanho de 226 mil ovinos, o que representa 18% do Centro-Oeste e 1% do País. Os números de caprinos são ainda menores: apenas 40 mil cabeças, e quase não aparecem no comparativo nacional e regional.

Os dados refletem também a falta de organização do setor, que não conta com associação de criadores. A Federação Goiana da Agricultura e Pecuária (Faeg), por exemplo, não possui registros de abate no Estado. “Já houve tentativas de organizar uma cadeia profissional, com terceirização de frigorífico próprio, mas não deu certo – os produtores não se adequavam, pois a atividade ainda não é a principal de seu negócio”, lamenta a assessora técnica da Faeg Christiane de Paula Rossi, que não perde o otimismo. “Quem está se profissionalizando, com investimento em genética e sanidade, vai deslanchar”, prevê.

Christiane conta que para tentar ajudar o gargalo do abate – na maioria informal – a Comissão Nacional da Agricultura (CNA), em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) criou uma planta de frigorífico que possa abater ovinos, caprinos, suínos e até bovinos. Tudo em conformidade com as legislações sanitárias e ambientais. O modelo está à disposição de criadores e futuras associações.

A principal causa da falta de estímulo à criação, segundo o veterinário e criador André Rocha, é o pouco conhecimento, sobretudo em relação à qualidade da carne. “É uma questão de cultura”, afirma. Ele garante que a carne do cordeiro é saudável, sem gordura trans e sem o cheiro desagradável atribuído ao animal de forma quase que lendária. “Isso acontece, sim, mas com carneiro velho”, rebate André – é possível identificar o cordeiro velho pelos testículos grandes. “Infelizmente, lotaram o mercado brasileiro com cordeiros velhos, vindos de fora. E isso ocorre principalmente em Goiás, onde não há mercado e existe muito animal clandestino”, explica.

Em artigo publicado no site da Safra, André fez um comparativo extremamente positivo para o criador de ovelha. 

Também criadora de White Dorper, Noely Morais Araújo, de Uberlândia, se queixa da falta de incentivo do governo para o criador, além da baixa divulgação do produto nacional, que sofre, conforme diz, concorrência desigual com criadores do Uruguai. “Nós atendemos somente 10% do mercado nacional”, lembra Noely, que levou 38 animais de seu plantel para concorrer na Exposição Agropecuária de Goiás.

As informações são da Revista Safras, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint
 

Avalie esse conteúdo: (e seja o primeiro a avaliar!)

Comentários

sergio saretto

Sobradinho - Distrito Federal - Produção de caprinos de corte
postado em 09/07/2013

Fora isso ainda existe os "cantos esquecidos" pelo governo de Goias, como o entorno de Brasilia, que no jogo do empurra empurra politico é deixado abandonado. Cito exemplo de Planaltina de Goias, onde os serviços do estado não chegam.

rodrigo carvelo

Goiânia - Goiás - advogado, ovinos de corte e rep. W.Dorper e Dorper
postado em 09/07/2013

Tudo o dito até agora é o que acontece, porém simplesmente não convém esperar ajuda do governo para alavancar a ovinocultura goiana.
Falta muita coisa e o impecílio maior definitivamente não é a falta de incentivo governamental.
Profissionais especializados na área são escassos, eu mesmo só vejo em exposições e no dia a dia e comercializações de animais o Dr. André Rocha do artigo acima e Dr. Tayrone Prado que me da consultoria e cuida da sanidade de meu rebanho.
Lojas agropecuárias raramente possuem produtos específicos e aparelhagem como alicates elastradores, tesouras para casquear, ração só de vez enquanto, sal especifico nem pensar.
Mão de obra não existe, tem que ensinar tudo do zero.
Sindicatos? Associações? Cooperativas?
Pecuaristas de outras áreas principalmente os bovinocultores, estes simplesmente não acreditam na ovinocultura, seja por preguiça devido a comodidade do bovino de corte ou pela mera falta de fazer contas (ou por não aceitarem a valorizada realidade da arroba ovina em relação ao bovino) os mesmos chegam a desestimular possíveis criadores colocando milhares de dificuldades.
Os desistentes são inúmeros seduzidos pelos valores pagos, porém se esquecem dos valores gastos, esta é uma cultura que não aceita a tal da gambiarra necessitando de planejamento de contas e investimentos, se for bem feito da lucro, porém se não for a amargura vem, o desgosto toma conta do cidadão e já sai falando mal, mas esquecem de falar que fizeram errado, que não planejaram e que não contrataram um profissional para auxilia-los.
Ora assim como em todo seguimento a qualidade é essencial e não se pode esperar que quem produz um produto "meia boca" receba o mesmo de quem produz um produto tipo "A".
Parte da culpa é do próprio consumidor que por não saber diferenciar bode de carneiro, carneiro de cordeiro, já que levam qualquer coisa pra casa oriunda do mercado clandestino, e quando finalmente provam um cordeiro precoce abatido aos seus 4 meses, terminado e com aquela capinha de gordura dizem sem saber porque "que tempero você usou, nunca tinha comido um carneiro bom assim", ai lá vamos nós explicar o porque.
Aqui em um pequeno circulo de debates temos uma brincadeira de que pode-se transformar qualquer profissional em ovinocultor, seja ele advogado, engenheiro, médico, empresário enfim qualquer profissional, menos o fazendeiro de profissão, este não quer nem saber, não acredita e ainda discrimina com aquele velho argumento de que "cordeiro não tem a liquidez do boi", hrannn basta abrir a boca de que tem cordeiro a venda que fica sem no mesmo dia, ovelhas aptas a serem matrizes então tá dando é briga. Lógico sem generalizar.
CONTINUA...

rodrigo carvelo

Goiânia - Goiás - advogado, ovinos de corte e rep. W.Dorper e Dorper
postado em 09/07/2013

CONTINUANDO...
Mas estamos nos organizando e em breve teremos uma posição de destaque no cenário nacional tendo em vista o empenho contagiante de poucos, porém, dedicados criadores e produtores que estão focados na disseminação desta cultura, buscando a profissionalização, eficiência genética, com performances expressivas nos pastos e resultados incrivelmente rentáveis e satisfatórios nos ganchos.
Chamo a atenção para outro antigo dizer o qual não sei informar a autoria de que "é fácil saber quem foram os pioneiros basta ver os que tem flechas nas costas", e as flechadas compensam pela agua limpa que os mesmos beberam devido sua coragem.
Assim termino o comentário no sentido de que se um dia o governo cego venha a ajudar a ajuda será bem vinda, com certeza será, porém realmente não acredito que em um curto prazo venha a acontecer. Isto posto, MÃOS A OBRA porque mercado tem e paga bem.

José Olímpio Dias de Faria

São Paulo - São Paulo - OUTRA
postado em 10/07/2013

Amigos: Assim, torna-se um boa Oportunidade, com Planejamento, Organização e Gestão. Avante, pois! Abraços.

Fernando Castejon

Goiânia - Goiás - Engenheiro Agrônomo
postado em 10/07/2013

Parabéns pela abordagem! é uma tendência mundial. Onde se cria um boi consegue-se 10 ovinos! Investimento em estrutura é pequeno, e pode ser adaptado na criações de gado. No pastejo rotacionado, pode utilizar os cordeiros para repasse , já que comem e outro perfil ! São muitas oportunidades !! E como no boi nada se perde no abate, o couro é disputadíssimo ! carne nobre , viceras vão para embutidos e outros , tudo se aproveita! OPORTUNIDADE TEM E TEREMOS MAIS !!!
Repasso nota de 05/07 - folha - economia !

"Os custos de produção sobem, a carne fica mais cara e haverá um realinhamento nesse setor. Os brasileiros, apesar de o país ser um dos maiores produtores de carne no mundo, vão pagar bem mais pelo produto e reduzir o consumo.
Um dos segmentos mais afetados será o de carne bovina, pois o Brasil terá um padrão de consumo de países de produção reduzida. O consumo da proteína não estará presente todos os dias nos lares brasileiros e a carne de melhor qualidade será para ocasiões especiais."

Oportunidades de mercado para Ovinos !!!

Priscila Frietzen Collodoro

São Paulo - São Paulo - Estudante
postado em 10/07/2013

Boa tarde, onde posso conseguir esta planta de frigorífico com abatedouro? Essas informações precisam ser divulgadas facilmente e já que não temos apoio governamental para desenvolvermos uma estrutura grande o suficiente para atendermos toda a demanda, seria bom podermos ter acesso a uma planta de um estabelecimento menor, onde pudéssemos atender aos pequenos produtores também. Fico feliz que já existam alguns estudos sobre isso, mas até a forma de dessensibilização precisa ser revista! Se alguém puder me dizer onde consigo esta planta, pode escrever para pfcvet@gmail.com. Obrigada!

RENATO THALES DA VEIGA

OUTRA - OUTRO - Produção de ovinos de corte
postado em 23/04/2014

Boa Tarde! onde consigo endereço, fone de frigorífico com abatedouro em Goiás? qualquer informação renatothales@ig.com.br

sergio

Goiânia - Goiás - empresário no ramo de sistemas de segurança
postado em 28/03/2015

Boa noite também tenho grande interesse em saber onde encontrar frigrificos de caprinos em goias, desde já agradeço as informações...

Quer receber os próximos comentários desse artigo em seu e-mail?

Receber os próximos comentários em meu e-mail

Envie seu comentário:

3000 caracteres restantes


Enviar comentário
Todos os comentários são moderados pela equipe FarmPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

Copyright © 2000 - 2024 AgriPoint - Serviços de Informação para o Agronegócio. - Todos os direitos reservados

O conteúdo deste site não pode ser copiado, reproduzido ou transmitido sem o consentimento expresso da AgriPoint.

Consulte nossa Política de privacidade