Apesar da baixa liquidez nesse mercado, os produtores não aceitam reduzir os preços das terras agrícolas. Os poucos negócios realizados estão focados na área de grãos, sobretudo soja. A cotação média da terra no Brasil (de R$ 4.446) supera os R$ 4.434 por hectare registrados no bimestre de março/abril de 2004, quando os preços da soja registraram seu pico no mercado internacional. Descontada a inflação acumulada nesse período, de 0,74%, verifica-se que o ganho real foi de 1,9%. Apesar do crescimento modesto, a AgraFNP considera positiva a recuperação.
As terras negociadas para plantio de cana-de-açúcar estão paradas, uma vez que o setor sucroalcooleiro vive uma de suas maiores crises financeiras.
Na região Nordeste do país, a mais procurada pelos investidores estrangeiros, o ritmo dos negócios ainda está lento, mas é crescente tanto para áreas agrícolas quanto para a pecuária, segundo a consultoria.
A avaliação por Estado mostra que o destaque negativo no bimestre foi o Pará, onde o Ministério Público Federal embargou diversas fazendas de pecuária de corte localizadas na Amazônia Legal. O mercado de terras, que já estava fraco na região, ficou paralisado.
Na comparação com o mesmo período, 36 meses antes, a valorização nominal no bimestre maio-junho foi de 44,3% e a real chegou a 7,6%. O Sul do país foi a região que se mais valorizou nos últimos três anos, com alta nominal de 52,4%, seguida pelo Centro-Oeste, com aumento de 48,3%. No Nordeste, a alta foi de 46% e no Norte, de 41,6%. O Sudeste teve valorização de 36,9% em igual período.
Mesmo com a crise financeira global, os proprietários estão atentos à perspectiva de escassez de terras para produção de alimentos e energia no mundo. Segundo Jacqueline, as ofertas estão mais escassas e quando um negócio se concretiza, os preços são elevados.
A matéria é de Mônica Scaramuzzo, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada pela Equipe AgriPoint.
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