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Mercado mundial de lã terminou a safra com baixa

postado em 18/06/2008

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Enquanto outros produtos agropecuários apresentam aumentos importantes, os preços da lã se estabilizaram a nível internacional nos últimos meses, situação que acabou refletindo no mercado uruguaio de lã, informou o El País.

Após a safra de 2006/07 ter tido uma importante recuperação no preço da lã no mercado internacional, a safra de 2007/08 transcorreu com preços estáveis e termina com tendência de baixa em seu principal indicador.

Na Austrália, o preço médio até agora em junho é de US$ 8,12 por quilo base limpa, menos que a média de US$ 9 do primeiro trimestre do ano. A esta altura, está no mesmo nível que tinha no ano anterior. A evolução dos últimos meses não foi igual para todas as finuras de lã, notando-se um maior ajuste para baixo no setor de lã finas, entre 21 e 25 micra.

De qualquer forma, o setor de lãs finas foi o que apresentou maior aumento nos preços quando se considera desde a safra de 2006/07 até agora, com aumentos que oscilam entre 30% e 50% de acordo com a finura. Para as lãs de 28 micra ou mais grossas, o ajuste nos valores tem sido mais moderado, com as cotações atuais entre 5% e 20% superiores aos do mesmo período do ano anterior, quando se iniciou um aumento pronunciado do mercado laneiro internacional.

Dentro do conjunto de fatores que interferem no mercado de lã têxtil, a desaceleração da economia americana e seu impacto em outras economias importantes do mundo é um dos motivos que está explicando um comportamento mais cauteloso da demanda. Também podem estar afetando o mercado as dificuldades que a indústria têxtil atravessa na China, devido aos fatores cambiais e à perda de competitividade pelos maiores custos.

Por outro lado, em geral, as tendências da moda favorecem a inclusão de lãs finas para vestimenta e valorizam o conceito de produto natural, o que mantém uma expectativa favorável neste nicho de mercado.

Uma boa notícia para o mercado de lã é que a população ovina segue caindo nos principais produtores do mundo, especialmente na Austrália, o que limita os volumes de oferta e melhora os equilíbrios de mercado. Em 2007, o rebanho ovino australiano teve baixa de 6% com relação ao ano anterior. A população de ovinos lanares é de 85,7 milhões de cabeças, a mais baixa dos últimos 84 anos. De acordo com dados publicados pelo Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL), a seca que a Austrália vive desde 2002 e a competição pela agricultura em regiões onde ambas as produções competem causaram a baixa.

Ainda que com uma orientação produtiva diferente, especializada em carne ovina, a Nova Zelândia também passa por uma redução importante no rebanho. O país registrou uma baixa de um milhão de cabeças no último ano (-3%), com um rebanho estimado em 38,5 milhões de ovinos em 2007.

Com relação ao Uruguai, com a proximidade da nova safra de lã, a dinâmica interna se caracteriza por apresentar um volume muito reduzido de lã em poder dos produtores, somado a uma estimativa de um novo ajuste para baixo no estoque de lanares.

O cenário de oferta reduzida de matéria-prima repete a nível local a tendência existente em nível mundial, ainda que a indústria doméstica se mantém na expectativa sobre o que ocorrerá em nível internacional.

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