O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentará seu voto em separado, favorável à inclusão da Venezuela, com a assinatura de apoio de 13 integrantes da comissão, oito deles titulares. A oposição terá, no máximo, seis votos do PSDB e do DEM.
Apesar da previsão tranquila de dois votos favoráveis para cada manifestação de veto da oposição - que combate o governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez -, Lula entrou pessoalmente na negociação. O senador Fernando Collor (PTB-AL), por exemplo, que avançara em sua posição contrária ao ingresso da Venezuela, defendendo publicamente seu ponto de vista, vai facilitar a vida do governo na comissão, ausentando-se da votação.
Quem votará no lugar de Collor será o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que quer ampliar o Mercosul, embora esteja de acordo com todas as ressalvas feitas por Tasso, como a falta de democracia, de imprensa livre e de regras estáveis no país vizinho.
O mesmo ocorreu com o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). Antes de assinar o voto em separado de Jucá, ele também recebeu um telefonema do presidente, preocupado em certificar-se do apoio do socialista.
"Não se pode afirmar que a Venezuela vive sob um regime que não admite oposição e contestação", diz Jucá, em seu parecer. Para ele, a Venezuela tem uma imprensa "bastante atuante, que faz oposição ferrenha ao governo Chávez, o que assegura a divulgação livre de informações própria dos regimes democráticos". O problema, a seu ver, está na "guerra midiática entre governo e oposição".
Quanto às violações de direitos humanos denunciadas em relatórios de alguns organismos internacionais, Jucá argumenta que essas entidades nem sempre são neutras e, portanto, os documentos não podem ser vistos como uma descrição perfeita da realidade, uma vez passíveis de motivações políticas. O senador acrescenta, ainda, que o próprio Brasil não pode ser encarado como um modelo, no que tange ao respeito aos direitos humanos. "Infelizmente, ainda há tortura contra presos comuns, trabalho em condições de escravidão, discriminação de gênero e raça, entre outros problemas."
O voto em separado do líder também chama a atenção para o "excelente relacionamento" entre os dois países no governo Fernando Henrique Cardoso, a quem Chávez chamava de "mi maestro". Ele recorda que a relação com o país foi consideravelmente ampliada ao longo dos dois governos de FHC, que fez cinco visitas a Chávez e, segundo o líder, além de ter condenado o golpe contra o venezuelano, foi o primeiro presidente brasileiro a falar na participação do país vizinho no Mercosul.
A matéria é de Christiane Samarco, para o jornal O Estado de S.Paulo, adaptada pela Equipe AgriPoint.
Paulo Cesar Severino de Oliveira
Sinop - Mato Grosso - Produção de gado de corte
postado em 29/10/2009
È triste saber que no Brasil o nosso Presidente apoia a entrada da Venezuela no Mercosul, um país em que a todo momento a gente vê um golpe na democracia. Lula não deixe este mau exemplo para a posteridade, não deixe os princípios econômicos se sobreporem aos princípios democráticos. Me dá nojo só de ouvir os ataques a liberdade que esse Hugo faz ao povo venezuelano. Pense bem não a dinheiro no mundo que pague a liberdade de uma nação! No fundo vossa excelência está pisoteando os princípios democráticos em nome de uma relação comercial que favorece o Brasil. Isso é ganância pura... Isso não é crescimento sustentável, Sr. Presidente.