A análise de risco, ou seja, a etapa de estudos técnicos anterior à habilitação do mercado mexicano para a carne ovina uruguaia, já está terminada e as autoridades sanitárias mexicanas estão convencidas de que não haverá risco algum ao abrir as portas a esse produto. A expectativa está centrada no envio da missão técnica que habilitará os frigoríficos exportadores, para a qual não há data, mas a gestão está sendo apurada para que os técnicos cheguem na segunda quinzena desse mês.
No entanto, o embaixador uruguaio no México, José Ignacio Korzeniak, confirmou que a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural, Pesca e Alimentação "já autorizou o primeiro embarque de produtos" que será destinado à promoção dos mesmos. Para decidir os detalhes, a representação diplomática uruguaia já está trabalhando com os importadores mexicanos.
Korzeniak disse que nos supermercados "é registrado um comércio interessante de carne ovina sem osso de origem neozelandesa" e recordou que, no caso do Uruguai, o produto terá "vantagens tarifárias" frente aos demais abastecedores. "Pagará cerca de 7%, um valor muito parecido com o que hoje se paga a carne bovina uruguaia que está entrando".
"Temos certas expectativas com esse mercado, porque há outros exportadores, como Nova Zelândia, que estão exportando com êxito o mesmo produto". Também estão adiantadas as gestões sanitárias para destravar a entrada do produto nos Estados Unidos e Canadá.
Para os analistas, o México não será um mercado de volume, mas sim, de qualidade, e servirá para dinamizar os preços da carne ovina mexicana. "Vejo esse mercado como um grande dinamizador de preços já que, embora importe um pouco de cordeiros, é bem mais importador de cortes de animais adultos", disse o especialista do Secretariado Uruguaio de la Lana (SUL), Carlos Salgado. Os mexicanos importam da Austrália e da Nova Zelândia entre 40.000 e 50.000 toneladas. "É uma possibilidade a mais para valorizar a carne ovina uruguaia. A capacidade de negociação melhora à medida que se diversificam os mercados".
Embora o rebanho ovino uruguaio tenha baixado em 5,27% de um ano para outro, ficando em 8.889.718 cabeças, Salgado recordou que a oferta de cordeiros cresceu e é recorde: chegou a 1.110.000 cabeças. Esse é um passo importante frente à expectativa de mercados que o Uruguai tem hoje.
A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
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