A Câmara Técnica de Ovinocaprinocultura do Conselho Estadual de Política Agrícola (Cepa) vai se reunir amanhã (04/05), às 10 horas, na Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para debater a criação de uma lei específica para o setor que disponha sobre as condições higiênico-sanitárias da produção artesanal de leite de cabra e de ovelha e seus derivados. Atualmente, as normas vigentes são as mesmas utilizadas pela bovinocultura leiteira.
O diretor-geral do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Altino Rodrigues Neto, informa que essa instituição vinculada à Secretaria tem dois de seus técnicos na câmara e vai oferecer "sugestões para a criação de uma lei que garanta de fato a normatização das atividades". Ele explica que o objetivo é ajudar a definir uma legislação que sirva de referência para o cumprimento das exigências de qualidade e segurança alimentar na produção de leite e derivados de cabras e ovelhas em Minas Gerais. "O cumprimento das normas higiênico-sanitárias tem fundamental importância para o fortalecimento de atividades como estas", ele enfatiza.
De acordo com a médica veterinária Aurora Maria Gouveia, coordenadora da Câmara Técnica de Ovinocaprinocultura do Conselho Estadual de Política Agrícola (Cepa), "em Minas Gerais, berço da atividade, os produtores sonham ter uma legislação específica para a produção artesanal de leite de cabra".
Aurora Gouveia, que também preside a Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Minas Gerais (Caprileite/Accomig), com sede em Belo Horizonte, informa que as cabras e ovelhas das propriedades mineiras têm o controle leiteiro oficial por meio de uma parceria da entidade com o Ministério da Agricultura. "A medição é feita mensalmente por técnicos que percorrem as propriedades", informa.
O plantel mineiro de caprinos é constituído de 200 mil cabeças, sendo 110 mil fêmeas em lactação, que respondem por uma produção mensal da ordem de 10 mil litros. "Já os criatórios de ovinos contam com 500 mil cabeças, e por enquanto a renda predominante no segmento vem da produção de carne, mas há boas perspectivas para a atividade leiteira", destaca Aurora Gouveia.
A coordenadora diz que os caprinocultores do Estado tem propriedades nas bacias leiteiras da Zona da Mata, Sul de Minas, Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba e Central de Minas, onde predomina o beneficiamento de até 200 quilos por dia de leite de cabra ou ovelha e seus derivados. "Os produtores pedem uma lei específica, que além de integrar as propriedades nas normas de higiene e sanidade também garanta suporte ao funcionamento de outras áreas, entre elas a comercialização dos produtos", acrescenta.
Para o caprinocultor Onivaldo Ramos Leão, a criação de normas específicas de higiene e sanidade para a produção artesanal de leite de cabra e ovelha vai estimular os produtores. Com a possibilidade de melhoria do cenário da ovinocaprinocultura em Minas, ele está programando a expansão de seu criatório em Itabirito, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Onivaldo tem um plantel de 35 cabras leiteiras e pretende adquirir mais 25 fêmeas este ano, para aumentar a produção em mais de 70% (de 21 mil para 36 mil litros) por período de lactação, que dura dez meses.
Segundo Onivaldo, o custo da produção de um litro de leite de cabra, em Minas Gerais, é da ordem de R$ 2,50. "Os maiores gastos são com a manutenção da estrutura e equipamentos, apesar da produção em pequena escala", ressalta o produtor . O leite é entregue em sacos plásticos congelados, nos supermercados e em vendas diretas ao consumidor, com o preço médio da ordem de R$ 3,00 o quilo no varejo. Já o custo médio de um queijo Minas Frescal, para o produtor, alcança R$ 25,00, porque a fabricação de um quilo do produto exige dez litros de leite.
As informações são da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
Paulo José Theophilo Gertner
Lauro de Freitas - Bahia - Médico Veterinário
postado em 03/05/2010
O trabalho de Minas Gerais, na caprinocultura nacional é a muito tempo um trabalho sério, cujas ações da Caprileite a muito auxiliam o produtor, a UFMG, UFLA, Viçosa, entre outras que tem muito trabalho prestado.
Nós da Bahia estamos acompanhando de perto as iniciativas dos vizinhos mineiros, para "pôngar" no bom sentido a iniciativa, pois a atual legislação trava o desenvolvimento do setor e força os pequenos e médios caprinocultores a informalidade. Este modelo uma vez implementado em Minas deverá ser replicado em outros Estados, aproveitando a deixa na normatização de Minas. Vamos nos empenhar para isso na Bahia. Obrigado Aurora, Altino Rodrigues Neto, Câmara Setorial de Minas. O Brasil agradece. Inté....