"Estamos montando um projeto na região de Caxambu no entorno do maior criatório de ovelha leiteira de Minas Gerais, o Cabanha Vida", conta a presidente da Accomig/Caprileite, Aurora Gouveia. O fomento ao negócio depende da inauguração do laticínio para processamento do leite de ovelha, em fase de construção em Soledade de Minas, no Sul do estado, a 417 quilômetros de Belo Horizonte. "A indústria deve ficar pronta em 30 dias e esperamos que já esteja em funcionamento em julho", afirma o proprietário do Cabanha Vida, Dalny Araujo Sucasas. O empreendimento será um dos pioneiros no Brasil dedicado exclusivamente à atividade.
A expectativa é de que em um ano o laticínio já esteja processando 1 mil litros de leite de ovelha todos os dias. "No início, serão cerca de 300 litros. Já tenho 150 ovelhas prenhas que vão parir nos próximos três meses, com período de lactação entre cinco e seis meses", afirma Dalny. Com um plantel atual de 400 animais da raça francesa Lacaune, o produtor espera que no próximo ano chegue a 1,2 mil ovelhas, o triplo do rebanho atual. "A dificuldade para colocar o laticínio em funcionamento é justamente a falta da matéria-prima, o leite", conta Dalny. "Não há produção, por isso queremos começar de forma autossuficiente para, a partir daí, atrair outros produtores, que terão mais uma alternativa para diversificar a atividade e agregar mais valor ao negócio", acrescenta Dalny.
Hoje o estado conta com 2 mil criadores de caprinos e ovinos cadastrados pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), em sua grande maioria de pequeno porte voltados para a agricultura familiar. "A média de produção é de cerca de 10 litros por dia e não há para onde mandar esse leite", pondera Aurora Gouveia. Espaço para ampliação não vai faltar. Segundo Dalny, o laticínio tem capacidade para processar até 10 mil litros de leite de ovelha diariamente. Apesar de não revelar o investimento necessário para a estruturação do negócio, ele garante que a aposta é alta. "Agora estamos em fase de testes de produtos, já que a produção será destinada principalmente para derivados, como iogurtes e queijos", explica.
Em paralelo à construção do laticínio, a Accomig/Caprileite está mapeando os produtores das regiões Sul e Sudeste do estado na tentativa de identificar aqueles que têm potencial para fornecer para o laticínio. "Estabelecemos parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) para orientar esses pequenos produtores que tenham interesse em iniciar ou ampliar a atividade", explica Aurora Gouveia. A coordenadora estadual de pecuária da Emater-MG, Cinthya Leite Madureira de Oliveira, reconhece que esse ainda é um mercado muito incipiente no estado. "Agora os produtores estão em fase de adequação à nova lei ", explica. "Mas para que o negócio cresça, é preciso ter o local para comercialização, que será o laticínio", acrescenta. Envie sua história e faça parte da rede de conteúdo do grupo Diários Associados.
As informações são do Estado de Minas Gerais, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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