Teoricamente, se toda a safra da região precisasse ser armazenada, 7 milhões de toneladas ficariam sem lugar no Centro-Oeste - considerando os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Especialistas dizem que o ideal é que a capacidade estática seja 20% superior à colheita. Apenas de segunda safra de milho a região colheu 11 milhões de toneladas, 30% mais que na temporada passada. O diretor da Céleres, Leonardo Sologuren, afirma que a dificuldade de armazenagem pode forçar a venda do produto, pressionando o preço - atualmente a R$ 13 a saca.
A dificuldade também ocorreu em Mato Grosso. De acordo com Jaime Binsfeld, diretor-comercial da Fiagril, parte da produção ficou alguns dias à céu aberto - mas esta foi a primeira a ser escoada, pois já estava vendida. "Os problemas foram resolvidos", assegura. Segundo o coordenador da Câmara Setorial de Logística e Armazenagem da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul), Maurício Rodrigues Peralta, o atraso no plantio proporcionou o escalonamento da safra, diminuindo o impacto da falta de armazéns. Mas, de acordo com ele, aumentou o uso de silo-bolsa.
O supervisor Agrícola da Nortene, Jair Oliveira, diz que as vendas deste produto quadruplicaram nos últimos anos e a estimativa é que 1% da produção nacional esteja abrigada em silos-bolsas. "Em cinco anos, serão 100 mil silos, equivalente a 18 milhões de toneladas. Pelas suas projeções, o Centro-Oeste deve ter atualmente 12 milhões de sacas (60 quilos) em silos-bolsa, com projeção de triplicar nesta safra.
A reportagem é de Neila Baldi para o jornal Gazeta Mercantil, resumida e adaptada pela equipe AgriPoint.
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