O novo patamar foi justificado por dois motivos, um externo e outro interno. O externo foi a sinalização de que o mundo continuará com muito dinheiro para investir em países como o Brasil. O interno é que o Banco Central não tem mais cacife para manter uma "queda-de-braço" em que fatalmente sairá derrotado pelo mercado financeiro.
Apenas na semana passada, o BC comprou mais de US$ 5 bilhões em moeda sem conseguir conter a queda no câmbio. Com reservas na casa de R$ 130 bilhões, a autoridade monetária não teria mais como justificar o acúmulo de dólares, que, além de render pouco, embute um prejuízo cambial crescente.
O presidente Lula disse que o governo tomará medidas para auxiliar as empresas prejudicadas pela variação cambial, mas que não haverá "milagre". O real forte barateia as importações e tira competitividade de setores industriais ao encarecer seus produtos diante dos importados, gerando críticas de empresários.
"Precisamos ver o que o Banco Central vai fazer daqui para frente. Se a justificativa for a greve [do BC], veremos o que vai acontecer quando todos voltarem ao trabalho. Só uma mudança nos juros poderá conter a queda do dólar", disse Mário Batistel, da corretora Novação.
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