Segundo Orasio Romeu Bandini, fiscal agropecuário da Superintendência Federal da Agricultura (SFA) do estado, foram abatidos todos animais considerados de risco, por estarem passíveis a uma das duas formas de transmissão da doença: hereditariedade ou contato com restos placentários. "Dentre os 27 animais, estão todos os ascendentes e descendentes do animal doente, bem como todos que tiveram próximos ao local do parto do mesmo animal", confirma Orasio.
Após o abate, amostras do tronco encefálico dos animais abatidos serão enviadas a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, no laboratório referência para exames de scrapie, para comprovação da existência ou ausência da doença. Orasio acredita que a chance dos animais sacrificados também portarem a enfermidade é mínima, uma vez que nenhum deles apresentava os sintomas característicos.
Normalmente, em casos como esse, um exame de susceptibilidade à doença é realizado nos animais de risco e apenas os sensíveis são abatidos. Nesse caso, porém, a proprietária dos animais optou em eliminar todo o risco e sacrificar os animais sem o exame prévio. A propriedade será desinterditada assim que os resultados dos exames ficarem prontos se estes forem negativos.
O fiscal da SFA afirmou que a proprietária será indenizada pelo Mapa por todos os animais abatidos, independente dos resultados dos exames post-mortem. Para calcular o valor a ser pago pelos animais, uma comissão de avaliação foi montada. A comissão, composta por três médicos veterinários - um do Mapa, um do Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária) e um da Asmaco (Associação Sul Matogrossense dos criadores de Ovinos) - visitou a propriedade e avaliou zootecnicamente o animais.
"O caso não trará grandes repercursões, já que a doença não é transmissível pelo contato animal e nem pelo consumo da carne. Além disso, é uma doença presente em vários lugares do mundo e a comunicação aos órgãos internacionais é semestral, mostrando que o alarde não é grande", concluiu Orasio.
A SFA do MS comunicou ao Mapa que a mãe do animal doente é proveniente de um rebanho de São Paulo. Agora cabe ao Ministério se comunicar com as entidades responsáveis no estado. O Mapa não publicou nota oficial, mas confirmou o caso e afirmou que todas as medidas necessárias estão sendo tomadas.
Marina A. Camargo Danés, Equipe FarmPoint
Envie seu comentário: