Na abertura do evento, o coordenador do Simpósio e da Câmara Setorial de Ovinocaprinocultura, Fernando Miranda de Vargas Júnior, disse que um dos gargalos na ovinocultura é a comercialização. "Por isso o Simpósio vai contribuir para aprendizagem e discussão de mercados, custos de produção e comercialização". O pesquisador Fernando Alvarenga Reis, da Embrapa Caprinos e Ovinos, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e coordenador do Núcleo Centro-Oeste, lembrou que os resultados econômicos indicam que para comercializar carne de cordeiro são necessárias áreas maiores, mas que os pequenos produtores podem entrar nesse mercado ao se associarem.
Para falar sobre comercialização da carne ovina, o consultor em ovinocultura, André Macieira Sório, primeiro palestrante do dia, apresentou estudo de caso em uma fazenda no Rio Grande do Norte, projetada para a criação específica desses animais desde 2001. Em dez anos, o peso de abate passou de 26kg para 34kg.
Um dos aspectos abordados para esses resultados foi a utilização da mamada controlada dos cordeiros, que ficam confinados. "Isso diminui a mortalidade dos cordeiros, melhora o desempenho e facilita a recuperação pós-parto das ovelhas", disse Sório. Segundo o consultor, a alimentação e a reprodução são os pilares do sucesso na fazenda, além do aspecto da produção padronizada, que agrega valor à comercialização da carne de cordeiro.
O diretor de um frigorífico, Benílson Tangerino, falou sobre Mercado e Comercialização do Frigorífico Boibras Nova Andradina, mostrando como os negócios podem ser rentáveis. Em seguida, o tema abordado foi Produção programada de cordeiros para abate, que foi abordada pelo professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Segundo Assis, o primeiro passo para se produzir cordeiro para abate é a seleção do rebanho materno, que deve eleger as fêmeas que apresentem maior período de cio, habilidade materna e menos suscetibilidade de infecção parasitária. É necessário também fazer a seleção do rebanho paterno. "Os carneiros vão transmitir aos descendentes o que as ovelhas não transmitem". Outros aspectos importantes são a escolha das forrageiras e os cuidados com as instalações, genética, sanidade e alimentação dos cordeiros.
Outro tema debatido no Simpósio foi a Qualidade da carne de ovinos na cadeia produtiva. "Precisamos oferecer carne de qualidade para o consumidor. O produtor precisa saber o que o consumidor quer. Por isso, é importante o aperfeiçoamento da carne com técnicas claras e práticas, relacionadas à qualidade da carne que possam ser medidas na carcaça e que
tenham uma relação biológica com uma avaliação in vivo", avaliou o médico veterinário e professor da UFGD, José Carlos da Silveira Osório.
A última palestra foi da engenheira agrônoma e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Alda Lúcia Gomes Monteiro, que apresentou resultados de pesquisa da universidade sobre sistemas de produção, desempenho e avaliação sanitária de ovinos na palestra Viabilidade econômica da produção de carne ovina em diferentes sistemas de produção.
Quanto aos dados econômicos, a maior rentabilidade foi proporcionada por cordeiros terminados aos pés das mães ou, quando desmamados, suplementados à vontade. "A qualidade e a oferta das pastagens para as ovelhas foram primordiais para os bons resultados, tanto em produtividade quanto em resultados econômicos", afirmou Alda.
O evento, que teve grande interação do público com os palestrantes, foi uma realização da UFGD/FCA, Câmara Setorial de Ovinocaprinocultura, Seprotur, Sindicato Rural de Dourados, Ascogran, Embrapa Agropecuária Oeste e Embrapa Caprinos e Ovinos.
As informações são da Embrapa Agropecuária Oeste, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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