O projeto Troca de Ovinos é desenvolvido em quatro fases. Na primeira, é feita a seleção de matrizes prenhes no Centro Tecnológico de Ovinocultura (CTO), localizado na Fazenda-Escola Três Barras da Universidade. Segundo o professor Charles Ferreira Martins, responsável pelas atividades no CTO, são realizadas avaliações genéticas dos reprodutores, matrizes e animais jovens para as características produtivas e reprodutivas, visando a maior produção de carne por hectare, em determinado tempo, a menores custos. "Os animais passam por uma criteriosa escolha de acordo com o desenvolvimento muscular, bom ganho de peso, boa capacidade de acabamento e adequado tamanho adulto, reduzindo os custos de manutenção, além da mensuração da capacidade reprodutiva e precocidade sexual", ressalta.
Na segunda fase acontece a seleção e o treinamento dos produtores. Para participar é necessário ser pequeno produtor rural; preferencialmente morar na propriedade rural; utilizar mão de obra familiar; ter diversificação na produção; estar regular nos órgãos de fiscalização sanitária e fiscal; preferencialmente já ter tido contato com a ovinocultura; fazer parte da área de abrangência pré-determinada pelo programa; realizar curso de capacitação; assinar contrato de comodato no ato do recebimento dos animais e fornecer todo o apoio para o desenvolvimento do rebanho sob a orientação dos técnicos. Na terceira fase é feito o repasse dos animais e o acompanhamento técnico. Finalmente, após o período de tempo de três a quatro anos, os produtores devem devolver a mesma quantidade de animais que receberam, observando o padrão zootécnico e sanitário.
Segundo o pró-reitor de Extensão da Anhanguera/Uniderp, Ivo Busato, os objetivos principais do projeto são contribuir para a diversificação e aumento da produtividade da pecuária do estado, propiciar inclusão social e econômica de pequenos produtores, incrementar o interesse pela ovinocultura e auxiliar na concretização da produção de ovinos como mais uma alternativa de consumo de proteína animal.
De acordo com o professor Charles, a criação de ovinos nativos de MS deve ser incentivada, pois são animais bem adaptados ao meio regional. "Com a preocupação cada vez maior de desenvolver sistemas de produção com reduzido investimento e que se ajustem aos desafios do desenvolvimento sustentável, a criação do ovino nativos de MS vem como uma alternativa. As raças nativas desempenham um papel importante no equilíbrio social e ecológico, e podem constituir a base de produtos locais de alta qualidade. Porém, os ovinos nativos de MS devido à inserção cada vez maior de raças exóticas em cruzamentos com esta, correm o risco de desaparecer. Por isso, hoje, no CTO, procuramos conservar a raça nativa, por meio de programas de melhoramento genético sustentável, dirigidos à eficiência global da raça e ao aumento da competitividade com relação a outros genótipos", acrescenta Charles.
Este é o segundo lote de ovelhas prenhas entregues. Em novembro do ano passado foram 90 animais distribuídos a pequenos produtores dos municípios de Campo Grande, Terenos e Rochedo. "Esses animais já deram cria e estão prenhes novamente. Agora, com esse novo lote, pretendemos iniciar a implantação de um pólo de ovinocultura em São Gabriel", ressaltou.
As informações são do MS Notícias.
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