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MS: Nova Andradina direciona esforços para ovinocultura

postado em 19/04/2010

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A ovinocultura de corte tem exploração facilitada no Brasil, devido os aspectos ambientais, econômicos e sociais favoráveis. Considerado baixo, o consumo anual per capita de carne no Brasil é de apenas 0,7 kg e, ainda assim, em torno de 50% da carne ovina consumida oficialmente no Brasil é importada do Uruguai, Argentina e Nova Zelândia. Ou seja: há um grande potencial de desenvolvimento desta cadeia produtiva no país, que tem todas as condições para se tornar um grande consumidor e, no futuro, exportador do produto.

O engenheiro agrônomo Benílson Tangerino, diretor do frigorífico Boibras, de Nova Andradina, observa que o mercado de ovinos no Brasil precisa evoluir muito, já que, hoje, 70% dos abates são realizados nas propriedades rurais, 20% nos matadouros e somente 10% em frigoríficos, sendo necessário organizar a cadeia produtiva. "A integração, na nossa ideia, é baseada em uma associação cooperativada que integre os produtores e frigorífico, baseada em um contrato de fornecimento para o abate e compromisso de abate, tudo com posicionamento pré estabelecido entre as partes, sempre baseado em uma cartilha zootécnica rígida de produção e sanidade", conclui o executivo.

Uma cadeia produtiva organizada guarda equilíbrio entre os seus diversos elos e cada um deles cumpre missão especifica, mas, todos ganham com o processo. Nesse sentido, um estudo da Embrapa recomenda três ações que devem ser desenvolvidas: a organização da produção, a partir das cooperativas, sindicatos e associações de classe, capacitação empresarial, levando em consideração a tradição, a cultura e o nível educacional dos produtores, e aumento da produtividade e da competitividade por meio da qualificação da mão de obra, melhoria da qualidade dos produtos, incorporação de novas e modernas tecnologias e disponibilidade do produto durante todo o ano.

Em Nova Andradina, vários fatores compõem um cenário bastante favorável ao desenvolvimento da ovinocultura. Em primeiro plano, emerge a clara necessidade de diversificação da produção agropecuária, especialmente nas pequenas e médias propriedades.

Neste contexto, pode-se inserir, além dos produtores tradicionais de gado de leite e corte, as cerca de 1800 famílias que vivem nos quatro assentamentos existentes no município. Também é importante considerar que a região conta com propriedades com bom volume de matrizes, a partir do qual seria possível criar uma base genética e facilitar o fornecimento no início do trabalho de expansão da atividade. Por sua localização, Nova Andradina oferece ainda acesso privilegiado ao maior mercado consumidor da carne de ovinos no país que é o estado de São Paulo e conta com o frigorífico Boibras - um dos quatro habilitados a abater ovinos em MS - bastante empenhado e organizado para o abate e distribuição.

Diante deste contexto, a Prefeitura de Nova Andradina, através da Secretaria de Desenvolvimento Integrado, em parceria com o Frigorífico Boibras, está direcionando esforços para alavancar a cadeia produtiva da ovinocultura no município. O trabalho começou com reuniões envolvendo técnicos do frigorífico, da prefeitura e de empresas de assistência técnica e extensão rural, e deve ter como próximo passo, em breve, um evento visando divulgar no município o potencial da atividade e um plano de organização da cadeia produtiva, com palestras técnicas e cadastro de produtores interessados em investir na ovinocultura.

O projeto já está atraindo novos parceiros como a Agraer, o Banco do Brasil, o Sindicato Rural e o IFMS, que conta em seu quadro com um especialista no assunto, o professor Marcel Hastenpflug. "Com o potencial produtivo do município, agregando o conhecimento técnico e a motivação do grupo que começou a discutir a ovinocultura em Nova Andradina, temos tudo para colhermos bons frutos deste trabalho em breve", anima-se o secretário de Desenvolvimento Integrado Fábio Maurício Selhorst.

As informações são do Jornal Agora MS, adaptadas pela Equipe FarmPoint.

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