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MS: precariedade da vigilância sanitária é exposta

postado em 14/08/2006

13 comentários
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Matéria publicada no O Estado de S. Paulo denuncia a precariedade dos postos de vigilância sanitária na divisa do Mato Grosso do Sul com o Paraguai. No MS, apesar de todo o perigo de contaminação da aftosa, a vigilância sanitária trabalha precariamente. Das 17 barreiras montadas na época do surto de aftosa em 2005, 12 foram desativadas.

Dos cinco postos de vigilância que restaram na região, dois não têm energia elétrica. Um deles funciona num edifício em ruínas, sem portas e janelas e com as paredes crivadas de balas. E são justamente os mais estratégicos, pois deveriam controlar a linha internacional: a fronteira seca entre Brasil e Paraguai, quando o próprio governo aponta o contrabando de gado paraguaio como causador dos focos de aftosa em 2005.

A rede de energia passa a 30 metros do local, mas o Estado teria de gastar R$ 1 mil para completar a ligação. Com mais R$ 1 mil seria possível fazer funcionar um poço artesiano desativado.

Hoje, apenas dois agentes trabalham em cada barreira e, quando escurece, são obrigados a usar lanternas e lampiões para inspecionar e desinfetar os veículos. E como o serviço é paralisado no início da noite por falta de segurança, até o dia amanhecer, caminhões de gado ou de qualquer outra mercadoria podem passar livremente, sem nenhum controle. "É quando entra o boi do Paraguai', alertou o presidente do Sindicato Rural de Iguatemi, José Roberto Felippe Arcoverde, em reportagem de José Maria Tomazela.

Há mais cinco equipes volantes para fiscalização. Cada uma dispõe de um veículo com um veterinário, um técnico e dois policiais. Mas é um efetivo tão pequeno para a dimensão territorial que, em dois dias, uma equipe passou apenas uma vez pelo posto de Japorã. Para piorar, um dos veículos está quebrado. "Depois de tantos prejuízos, não aprendemos a lição", lamentou o presidente do sindicato.

Os frigoríficos de Eldorado e Iguatemi voltaram a funcionar e cresceu o trânsito de animais na região, aumentando o risco de ressurgimento da doença. Não há técnicos nem veterinários para acompanhar o embarque e o desembarque do gado nos frigoríficos. "É humanamente impossível fazer o que precisa ser feito com tão pouca gente e sem recursos", disse um funcionário que preferiu não se identificar.

Uma missão européia que acompanhava técnicos paraguaios passou por um posto na semana passada. "Pararam, olharam tudo e fizeram piadas", disse Valter Teles, um dos funcionários do Iagro que trabalha no posto de vigilância do local conhecido como Correntão, na divisa de Japorã com Sete Quedas.

O Estadão informou ainda que a UDR pretende acionar o governo federal caso o vírus da febre aftosa reapareça no MS. O presidente Luiz Antonio Nabhan Garcia considerou "uma vergonha para o país" a situação da vigilância sanitária na fronteira com o Paraguai.

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Comentários

Alexandre Sampaio da Matta

Belo Horizonte - Minas Gerais - OUTRA
postado em 14/08/2006

E o governo federal ainda coloca a culpa do aparecimento da febre aftosa no produtor rural. O que o agronegócio gera de empregos e renda, seja em forma de impostos ou superavit na balança comercial, é realmente vergonha a situação das barreiras sanitárias nas fronteiras, afinal, todos perdemos.

Reinaldo Bassan Gonçalves

São José do Rio Preto - São Paulo - Empresário
postado em 14/08/2006

Será que o nosso governo quer de fato fiscalizar o trânsito na fronteira? Estou cada vez mais convencido de que a resposta é não. Pois a febre aftosa, que para nós produtores é uma catástrofe, para o governo é um ótimo e disfarçado mecanismo de manter a carne barata e o pecuarista à beira da falência. Ou seja, se os produtores nada fizerem, provavelmente teremos mais aftosa paraguaia por aqui. Não dá para esperar o governo agir. Só não vê quem não quer.

José Luiz Gonçalves de Andrade

Gurupi - Tocantins - Produção de leite
postado em 14/08/2006

É uma lástima ver, após todos os acontecimentos que culminaram com bloqueio das exportações - crise jamais vista na atividade pecuária - que seja possível o país com o maior potencial exportador de carnes do mundo, apresentar este quadro vergonhoso de barreiras para controle sanitário nas divisas com países vizinhos.

A meu ver não há necessidade de a UDR aguardar que haja novo foco de aftosa, para mover ação contra o governo federal. Já está configurada a inépcia e imagino ser suficiente para cobrar do estado as medidas cabíveis. Não tem cabimento tal situação. Como é que não se divulgou tal situação até o momento.

Penso que é inimaginável para qualquer produtor, de qualquer região do país, imaginar que tal fato esteja ocorrendo no MS. É simplesmente indecente!!!

Fernando Penteado Cardoso

São Paulo - São Paulo - Produção de gado de corte
postado em 14/08/2006

Esse é assunto sério: sanidade animal, controle da aftosa. Muito mais sério que brincos, botões e papelada que vêm merecendo tanta atenção do MAPA e de muitos interessados.

Enquanto se perde tempo com a tal da rastreabilidade, - que não nos foi exigida, segundo o Ministro Pratini, - vamos nos desmoralizando perante as comissões estrangeiras que nos visitam.

Uma vergonha o que foi apurado pelos repórteres do Estadão. A pergunta que me ocorre: que têm feito as entidades das classes interessadas, sejam as da pecuária e dos frigoríficos? Será que se tornaram insensíveis? Ou então pegaram a doença dos 3C´s que ameaça o país: Conformismo, Comodismo e Condescendência (Vide Sandra Cavalcanti, OESP, 27.3.06, pág. A2).

Saudações. F.Cardoso

César Augusto Sandri

Mineiros - Goiás - Empresário
postado em 14/08/2006

Se for confirmado mais uma vez a aftosa no MS, nós pecuáristas teremos que tomar uma posição muito séria, eu sugiro por exemplo a paralisação de vendas de bovinos para os frigoríficos e a entrada na justiça buscando reparo dos danos.

Se nós ficarmos inertes, nós merecemos mesmo ficar sujeito a essa palhaçada que se chama política brasileira.

Missao Tanizaki

Brasília - Distrito Federal - Instituições governamentais
postado em 15/08/2006

O mundo todo sabe que há práticas abusivas e nada acontece aos seus autores.

Se a sociedade brasileira não começar empenhar esforços para reveter a prática desses abusos, o país poderá viver uma situação caótica com conseqüências imprevisíveis.

É possível que se iniciem algum movimento separatistas como o ocorrido no passado. Além disso, a nossa fragilidade poderá ser oportuna para alguns países Imperialistas...

Vamos buscar parcerias com países que já contribuíram na formação do povo brasileiro e desenvolvimento do Brasil, como os japoneses, alemães, italianos, entre outros. Essas parcerias também poderão ser utilizadas na preservação da Meio-Ambiente e a Biodiversadade Brasileira, em especial à Amazônia que está sujeita à internacionalização.

Missao Tanizaki
Fiscal Federal Agropecuário

José Antonio da Silva

Goiatuba - Goiás - Instituições governamentais
postado em 15/08/2006

Isso tudo acontece porque, para o Governo Federal e Estadual a Vigilância Sanitária não é prioridade, ele quer continuar a bater recordes nas exportações, superávit na balança comercial mês a mês, sem contudo atentar para a questão sanitária.

O governo gosta de resolver problemas e não prevení-los, sendo que não é necessário ser economista para saber que a prevenção tem um custo infinitamente menor.

Quantos embargos terão que acontecer para que os governantes acordem? Eles só podem estar "hipnotizados".

José Romualdo Negrelli

São José do Rio Preto - São Paulo - Produção de gado de corte
postado em 15/08/2006

Brasil, pobre Brasil ou pobre de nós.

Até quando ficaremos a mercê desse tipo de comportamento de nossas autoridades. O que vimos nessa matéria é a continuidade da falta de política responsável do nosso governo.

Hoje, às véspera da eleição para escolha do novo presidente, estamos correndo o risco de por mais 4 anos convivermos as mesmas mentiras, desmandos, corrupção nunca vistos na era republicana.

Vamos ter que lutar contra um candidato que, travestido de Presidente da República, distorce a nossa realidade pois sabe que mentir é fácil. Difícil é desmentir.

Faz-se tarde para que nossa classe se reorganize, como foi na época da UDR forte, quando infelizmente a vaidade pessoal do nosso líder foi mais forte que o interesse da classe que representava.

A verdadeira democracia se faz com os três poderes constituidos e fortes ou seja:

O poder do governo com o executivo, legislativo e judiciário independentes; o poder da imprensa livre e atuante e o poder da sociedade, que através dos sindicatos, associações de classe que organizados lutam pelos interesses da classe que representam. Infelizmente, nesse país todos querem o poder pelo poder e usam os sindicatos e associações para alimentar as ambições pessoais. Como nosso presidente que de líder sindical transformou-se nesse infatigável turista, confundindo os objetivos para o qual foi formado.

E tantos outros que de líderes de classe se transformam em vereadores, deputados etc, distorcendo as finalidades do seu cargo e principalmente enfraquecendo o poder de representação da associação a qual pertencia.

Portanto, todos nós estamos calejados e cansados desses fatos irresponsáveis.

É chegado o momento da rearticulação e da luta pela bandeira da moralidade. Vamos valorizar essa atividade tão sofrida e esquecida. Vamos deixar de ser a maioria silenciosa, mas que vem sustentando desde a época do "plante que o João garante" todas as aventuras implementadas nesse país.

Rogerio Faria

Jataí - Goiás - Inspetor da ABQM e ABCPaint / Consultoria Genética
postado em 15/08/2006

Acredito que o pior de tudo nesse país de megalomania, considero vergonhoso termos em torno de 160 (cento e sessenta) escolas de veterinária no Brasil e sequer temos profissionais suficientes para poder fiscalizar a parte de defesa sanitária animal e saúde pública. Com a quantidade de pessoas formadas por ano, a serviço da Sanidade Animal e Saúde Pública, não era para existir nem mosca-dos-chifres, quem dirá aftosa, brucelose etc.

Considero que o Mapa deveria, há mais tempo, ter equipado o seu quadro de funcionários com pessoas para trabalhar na área acima, ao invés de ficar contratando burocratas - não é preciso dizer que PC não cerca patologias e zoonoses - precisa-se de pessoas no campo, acompanhando o que está sendo feito em termos de imunização e trânsito de animais nas zonas fronteiriças. O que se arrecada de ICMS e de divisas com exportação poderia muito bem pagar os profissionais para executar tais tarefas.

Como disse o colega de Mineiros/GO, deve ser tomada uma posição séria, pois cada dia que passa estamos mais sem proteção e que está sendo feito em termos de garantir não somente a remuneração condigna aos produtores e, sim o sustento das famílias que tiveram seus provedores demitidos depois do que aconteceu o surgimento dos focos de aftosa no MS.

Nathaniel Cintra

Sunny Isles Beach - OP - Estados Unidos - Empresário
postado em 17/08/2006

Lendo esta matéria cresce em minha mente que é possível que o PT tenha (MST) interesse em desestabilizar o setor produtivo para justificar a invasão de terras e reforma agrária. É inimaginável que um governador do estado que tem o maior rebanho comercial do pais permitir que tal descaso esteja acontecendo. O MS depende 95% da receita gerada pelo agribusiness e a pecuária tem a maior parcela desta receita. Como pode isto estar acontecendo?

O Iagro hoje e um órgão auto-suficiente com a receita gerada na emissão de atestados de vacina e GTAs. No meu ver, bastaria investir estes recursos no próprio órgão.

Onde esta a bancada ruralista do estado? Como proprietário só tenho a lamentar que o que acontece no MS afeta toda a pecuária Brasileira.

Voltando no passado quando se falava na divisão do estado em dois, o Dr. Henry Maksoud em seu programa de televisão disse que o estado do Sul não tinha capacidade e nem pessoas para administrar o novo estado e que o sul sairia perdedor. Eu não gostei do que ele disse, mas hoje tenho que dar a mão à palmatória, ele tinha razão. Ele á do Mato Grosso do Sul, como eu, ele tinha razão.

Peço desculpas a todos os pecuaristas de fora do MS, pelo mal que nosso governo tem feito a todos.

Natanael Cintra
Faz Matao - Porto Murtinho MS

Eduardo Dias Suñé

Bagé - Rio Grande do Sul - Consultoria/extensão rural
postado em 17/08/2006

Lamentavelmente o Brasil está dominado pelos incapazes. Trabalhar honestamente é uma pista de obstáculos, enquanto as autoridades "entregam o país" e premiam os corruptos!

Quando o atual sistema político acabar com as empresas, onde estarão os empregos?

Abraços e sigamos adiante!

Eduardo Dias Suñé

Luiz Ribeiro Villela

São Paulo - São Paulo - Produção de gado de corte
postado em 18/08/2006

O comentário de 14/08 de Reinaldo Bassan Gonçalves é a maior expressão da verdade.

"Só não vê quem não quer ver."

Infelizmente ainda são muitos, e que se prestam a trombetear eventuais pequenas mazelas que ainda esporadicamente possam ter ocorrido aqui no Brasil.

Será que os europeus são mesmo mais dados à higiene do que nós brasileiros? Duvido.
Quando muito, serão mais perfumados.

Será que os criatórios europeus e os açougues e pontos de distribuição por lá são mesmo mais higiênicos que os nossos? Duvido.

Ricardo Bernardon

Toledo - Paraná - Produção de gado de corte
postado em 04/09/2006

A pecuária brasileira novamente em risco

Assistindo ao Globo Rural (TV Globo) domingo dia 27/08/06, vimos o total abandono das nossas fronteiras com o Paraguai. Somos sabedores das dificuldades em controlar mais de 1.300 km de fronteira seca entre Brasil e Paraguai. Desses 1.300 km, 600 estão sem fiscalização e dos 16 postos espalhados pela fronteira 6 foram desativados pela Agência de Defesa Animal do Mato Grosso do Sul (IAGRO). Pasmem a justificativa que foi dada pelo Sr. João Cavallero, diretor do Iagro.

"Desativamos porque como os postos que tínhamos no passado eram próximos à fronteira, quer dizer, se você tem um posto fixo na fronteira, você acha que cara que está sem documento, trazendo um gado ilegal, vai passar por ali"?

Não quero aqui criticar individualmente o pessoal do Iagro, mas sim deixar claro, pelo que assitimos no programa que o próximo foco de aftosa que venha ocorrer no Mato Grosso do Sul será de inteira responsabilidade dos atuais governantes, tanto estaduais como federal. Cabe aos governos darem uma maior importância a essas fronteiras, alocarem mais recursos financeiros ao pessoal do Iagro, pois a palavra chave para o sucesso da carne brasileira no mercado mundial é o controle fitossanitário. Ou será que teremos que construir o nosso muro da vergonha, o nosso muro de Berlin, que poderemos então chamar do muro da aftosa.

De nada adianta os estados vizinhos fazerem a sua parte. No Paraná, por exemplo, os produtores se conscientizaram da importância da vacinação e a fazem em 99%, além de existir uma eficiente fiscalização por parte da Secretária Agricultura e Abastecimento (SEAB). Temos que avançar as fronteiras tem que ir além, ou será que esse mundo globalizado só serve para as empresas da telefonia celular?

Também lendo a reportagem do jornal O Estado do Paraná, edição de sábado, dia 26/08/06, veterinários do governo da Irlanda chegaram a conclusão de que a nossa carne não atende às exigências fitossanitárias da Europa, e vão pressionar a União Européia (EU) para adoção de barreiras contra a carne brasileira.

A ministra da Agricultura da Irlanda declarou que a nossa carne não atende os padrões europeus, e que vai fazer pressão para um embargo contra o Brasil nos 25 países do bloco. Isto mostra que estamos entregando aos nossos concorrentes um mercado potencial de consumo.

Mercado este caracterizado por vários anos de aperfeiçoamento da cadeia produtiva da carne, pela mudança da cultura do "dentro da porteira", pelas novas técnicas de manejo implantadas nas propriedades, melhoramento genético, conscientização do produtor da importância da vacinação, entre outras.

Enfim, fizemos a nossa parte, agora que o governo faça a sua. Não suportaríamos mais um foco de aftosa. Todas nossas preocupações, nossos planejamentos estratégicos, nossos investimentos, a labuta dos nossos funcionários e nosso produto é comercializado a um patamar de tão somente R$ 45,00/@.

Que essa angústia ecoe aos nossos presidentes dos sindicatos rurais, aos presidentes das sociedades rurais, aos presidentes das federações, as confederações, a todas as estâncias desse nosso querido Brasil e principalmente aos nossos governantes.

Ricardo Bernardon
Agropecuarista
Toledo/PR

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