Nesta semana, uma reunião da Associação de Criadores de Ovinos da Região Sul de Mato Grosso (Ovinosul) discutiu as perspetivas da atividade e os meios de incentivar a produção de carne ovina na região. A Associação se comprometeu em criar um grupo de trabalho com o intuito de fazer um levantamento de dados que possam gerar decisões. O número ao certo de produtores de ovinos na região, por exemplo, não existe oficialmente.
Mesmo sem números concretos, a ovinocultura tem ainda muito a crescer na região. O zootecnista Dr. Antônio Rodrigues da Silva, do Curso de Zootecnia do Campus de Rondonópolis/UFMT, observa que, na região sul do Estado, é comum ainda constatar produtores que trabalham com diversas atividades, incluindo os ovinos, mas que não têm a ovinocultura como a atividade principal da propriedade.
Apesar dos dados positivos, ainda existem empecilhos para o crescimento da atividade, assim como da sua produtividade. Antônio Rodrigues enfatiza a necessidade de avanços nas diversas fases do processo produtivo. Na nutrição e alimentação, observa que é preciso produzir no Estado uma pastagem específica para ovinos. Na área da sanidade, uns dos problemas são doenças como as verminoses, a dermatite e a linfadenite caseosa. Além disso, salientou a necessidade de avanços relativos ao melhoramento genético e reprodução. O mercado, segundo ele, exige animais mais precoces e com mais carne. Na área do consumo, a carne ovina ainda fica abaixo das principais carnes, sendo procurada em situações esporádicas.
A ovinocultura tem, por outro lado, grande potencial competitivo, pois não exige grandes investimentos em estruturas e capital. O custo para iniciar a atividade, conforme Antônio, é relativamente baixo. A recomendação é a existência de um reprodutor para 25 fêmeas.
Os bons preços da carne são atrativos também, além do fato de o processo de produção também poder incrementar a renda de pequenas e médias propriedades. Quanto ao mercado para comercialização do produto, ele diz que o produtor não deve se preocupar com isso, principalmente porque existe mercado viável para a carne ovina hoje no mundo todo. No começo das atividades, o frigorífico local abatia uma média de 80 cabeças por dia e hoje já está em torno de 800 cabeças dia.
Em Mato Grosso, as principais raças existentes são a Santa Inês, Ile de France, Suffolk e Texel.
Para quem pretende ingressar na atividade, o Professor Antônio Rodrigues recomenda, inicialmente, procurar um profissional capacitado na área da ovinocultura, para o fornecimento de todas as informações inerentes ao processo produtivo.
O Brasil possui hoje um rebanho de cerca de 16 milhões de cabeças, sendo que desse total 9 milhões estão no Nordeste brasileiro.
A reportagem é do jornal A Tribuna/MT, resumida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
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