Assim, a cada ano a ovinocultura de corte desponta como uma alternativa de diversificação de atividade para o produtor rural. Contudo, alguns desafios ainda precisam ser vencidos, como a falta de assistência técnica, padronização da produção, entre outros. Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Ovinos de Mato Grosso (Ovinomat), Leandro Valoes Soares, os produtores do Estado ainda não têm condições de atender a demanda, mas para aproveitar este cenário positivo o setor precisa expandir, dessa forma a meta é convencer mais pessoas de outras áreas a investirem na ovinocultura.
Por outro lado, com preços mais aquecidos e com uma grande movimentação de novos investidores na ovinocultura de corte é preciso cautela, principalmente quanto à sanidade. Isso porque ovinos são naturalmente acometidos por parasitas gastrointestinais, uma das principais causas de prejuízo econômico na produção de pequenos ruminantes. De acordo com Andréia Buzatti, Mestranda em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), só na África do Sul e Austrália as perdas chegam a US$ 200 milhões/ano. A especialista explica que mesmo com impactos tão negativos na rentabilidade, este é um problema pouco avaliado por técnicos e produtores.
Entre os parasitas mais preocupantes, está a Haemonchus Contortus, que acomete tanto animais jovens quanto adultos. Hematófago, quando em fase adulta, é capaz de sugar, em média, 0,05 ml de sangue por dia. E, considerando uma infestação de 5 mil indivíduos, a perda sanguínea diária seria de 250 ml/dia, índice que resulta em anemia profunda ou até morte súbita em casos de infecções agudas.
A especialista explica que medicamentos antihelmínticos são vistos erroneamente por muitos produtores como a única ferramenta de controle eficaz. Isso quando se utiliza o produto de maneira indiscriminada, sem respeitar intervalos necessários ou em dosagem exageradas, acaba contribuindo para a seleção de parasitas cada vez mais resistentes.
Para contornar a situação, e até mesmo aumentar a vida útil dos medicamentos, o produtor pode incorporar ao controle químico, entre outros manejos, o método Famacha© (trata-mento individual e seletivo), que permite identificar e tratar apenas animais com anemia, facilmente observada na mucosa ocular. Considerando que 95% da infestação encontram-se no ambiente, o manejo de pastagem torna-se imprescindível, cujos resultados são potencializados com a implantação do sistema rotacionado e semiconfinamento.
As informações são da ANCO, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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