Sem condições de alimentar o rebanho, por falta de pastagem e em decorrência da elevação de preço dos insumos (ração, milho, soja, concentrados), os criadores estão antecipando a venda dos animais, que ainda se apresentam com peso médio. A maior oferta de carne no mercado provoca redução de preço.
O desespero de muitos produtores faz com que até matrizes sejam vendidas para o abate. "A situação é preocupante", disse o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Paulo Hélder de Alencar Braga. "O preço vai cair ainda mais".
Nos Municípios de Canindé e Santa Quitéria, criadores de bovinos e ovinos estão amargando prejuízos com a falta de pasto e água para os animais. Quem não quer ver o rebanho virar alimento para urubus está vendendo pela metade do preço.
Nos próximos meses, as dificuldades para manutenção dos rebanhos aumentarão. O valor da ração também está mais caro. Uma saca de resíduo custa R$ 36,00. Um saco de farelo R$, 26,00. Já um saco de milho atingiu os R$ 40,00, enquanto uma carga de capim, que já não existe, é vendida por R$ 20,00. "O maior governo do pobre é o inverno. Sem ele, a situação vira calamidade e quem não quiser ficar de esmolas, tem que vender seu gado, seu plantel de ovinos, porque não existem políticas voltadas para ajudar o pequeno criador", critica José Wilson, produtor da região.
De acordo com o presidente da Associação dos Vaqueiros e Criadores dos Sertões de Canindé, José Curdulino Filho, a situação já é de calamidade. No campo não existe comida e nem água para garantir a permanência dos animais. "Essas vendas irão continuar, porque ninguém vai querer ver um patrimônio seu virar alimento de urubu", avisa ele.
Se na bovinocultura o quadro é de crise, na ovinocaprinocultura, os criadores buscam alternativas. Em vez de gastar com ração, estão abatendo os animais e vendendo o quilo. Clodolado Frederico Cruz, do Assentamento Jerimum, em Canindé, disse que uma ovelha comprada em janeiro por R$ 150,00 hoje está custando R$ 80,00. Um carneiro que custou R$ 200,00, hoje só vale a metade. "Se vendermos do jeito que os frigoríficos querem, é prejuízo na certa. Não dá para viver dessa forma, comprando caro e vendendo barato", lamenta Clodoaldo.
Segundo ele, a melhor forma encontrada foi abater para depois vender de porta em porta ao preço de R$ 10,00 o quilo. Depois de abatido, o animal chega a pesar entre 13 e 15 quilos. "É melhor porque os prejuízos ainda são menores. Mas, se continuar do jeito que vai, dentro de 30 dias não vai sobrar ovino. Vai se acabar tudo", prevê. "Nunca tinha visto uma seca nessas proporções. Falta de tudo, e a única coisa que ainda segura as famílias é o Bolsa Família e nada mais", disse.
O grande gargalo de tudo isso é que a maioria desses animais foi comprada por meio de financiamentos do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) e, com certeza, esses agricultores terão que prestar contas com o Governo Federal. O pecuarista que está vendendo se livra de um problema de imediato, mas adia a solução de outro, o débito no banco.
As informações são do Diário do Nordeste, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
dadá paiva
Quixadá - Ceará - Produção de caprinos de leite
postado em 26/04/2012
isso e uma vergunha não temos politicas para esse heroi que e o homem do campo esse criador de fibra honesto.mais o brasil tem politica para esconder dezenas de ladroes de colarim preto para que ele não venha sofrer. mais o homem do campo, sim ele pode sofrer ate a ultima gota de suor derramado isso e brasil terra de policos sem escrupolos.
dadá paiva.