"Nos impressionou o que o Brasil tem feito em biocombustíveis e com a preservação da floresta", diz o primeiro-ministro Jens Stoltenberg. "Vocês estão muito além de qualquer outro país nesse tema", confirma o ministro Solheim. "Há experiências positivas que podemos usar no Congo, em Papua-Nova Guiné e em outros países da América Latina."
Os noruegueses sabem do aumento recente da taxa de desmatamento e das ameaças à floresta, mas Solheim argumenta que não existe em nenhum outro lugar do mundo um mecanismo tão sofisticado de acompanhamento em tempo real, por satélites e relatórios periódicos, do que acontece nas áreas de mata tropical. A criação do fundo de proteção da Amazônia, discutido nos últimos meses entre autoridades brasileiras e norueguesas, também impressiona o governo de lá.
Embora haja ministros na coalizão governista norueguesa que temem apoiar agricultores na floresta, governo e organizações não-governamentais do país concordam que o combate ao desmatamento no Brasil deve incluir apoio monetário a atividades econômicas alternativas para as populações amazônicas. "Já passamos da fase de projetos-piloto, localizados", comenta o secretário-geral da ONG Amigos da Terra na Noruega, Jan Odegard. "Com o dinheiro destinado pela Noruega para enfrentar a mudança de clima, temos de financiar políticas nacionais contra o desmatamento", diz ele, que vê o Brasil como possível "modelo para o mundo".
Para ele, o Brasil, mesmo com "problemas", avançou impressionantemente nos mecanismos de policiamento e repressão à derrubada das matas. "É importante ter iniciativas positivas ao lado da fiscalização", endossa o coordenador da Amigos da Terra para a Amazônia, Torkjell Leira, que critica apenas o pequeno número de representantes da sociedade civil no conselho gestor do fundo brasileiro, dominado pelo governo.
O ministro brasileiro do Meio Ambiente, Carlos Minc, já declarou que o Brasil receberá US$ 100 milhões, dos cerca de US$ 600 milhões anuais que a Noruega pretende destinar, por cinco anos, à projetos de redução das emissões de carbono, mas o primeiro-ministro Jens Stoltenberg afirma que a quantia a ser doada ao país ainda é segredo, a ser revelado durante a visita ao Brasil, em setembro.
O apoio da Noruega a projetos de meio ambiente é defendido pelo país como uma maneira de compensar a contribuição negativa, para o meio ambiente, da indústria de petróleo - principal atividade econômica, responsável por 24% do Produto Interno bruto e 50% das exportações norueguesas.
As informações são de Sérgio Leo para o jornal Valor Econômico.
PAULO SARAIVA DE JESUS FRANÇA
Paranaíta - Mato Grosso - Produção de gado de corte
postado em 25/08/2008
Pelo visto o governo começa a lotear a Amazonia usando este fundo como disfarce.
Como tantos outros fundos, dificilmente veremos chegar estes recursos nas mãos das pessoas que realmente necessitam.
A Amazonia tem que ser loteada entre os brasileiros. Ai sim, se algum estrangeiro se interessar por ela que se associe a um proprietário brasileiro. Que com recursos fartos poderá desenvolver atividades respeitando todas as leis ambientais.