Sob a batuta do presidente Henrique Meirelles, o BC usou a política monetária como a principal forma de conter a economia e a inflação. O novo BC, sob o comando de Alexandre Tombini, já mostrou que, além da taxa de juros, deve usar outras medidas com o objetivo de conter a alta dos preços. Entre eles, o aumento do depósito compulsório dos bancos.
O mercado avalia, no entanto, que é mais difícil controlar a inflação com essa nova política. "Há quem acredite que esses instrumentos não são precisos e que não dá para medir os seus efeitos sobre a economia", afirma o chefe da área de renda variável da Fundação Cesp, Paulo de Sá Pereira. Segundo ele, as tais medidas podem não ser suficientemente eficientes para domar a inflação. "Existe o risco de o BC ficar atrasado, permitindo que a expansão doméstica seja maior do que deveria ser para que não haja pressão inflacionária", explica Sá Pereira. Ele lembra que o próprio discurso da presidente da República vai na linha de um crescimento maior, com uma inflação também um pouco maior.
Na bolsa, um crescimento econômico maior do que o previsto pode significar uma nova rodada de valorização nas ações voltadas ao mercado interno, como varejo e consumo, que já subiram bem no ano passado. "Apesar de já estarem caros, essa nova política do BC pode sustentar esses papéis em níveis altos", diz Sá Pereira. Ele reforça que os investidores precisam ter em mente que essas ações estão longe de ser uma barganha e que existe um risco razoável de elas passarem por um momento de, no mínimo, estagnação.
A matéria é de Daniele Camba, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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