O economista de agribusiness, professor Frank Scrimgeour, reitor da Escola de Administração da Universidade de Waikato, disse que a indústria de processamento de carnes do país precisa focar no desenvolvimento de novos produtos para novos mercados.
Seus comentários foram feitos após a medida tomada pela empresa PGG Wrightson no sentido de consolidar a indústria comprando 50% de participação acionária na Silver Fern Farms, uma das duas cooperativas rivais do mercado.
Scrimgeour participou de um estudo pela Rede de Pesquisa e Educação em Agribusiness (AREN, da sigla em inglês) analisando os principais elementos do sucesso e do fracasso da indústria de carne ovina da Nova Zelândia de 1980 a 2007.
"O acordo da PGG Wrightson tem potencial para melhorar a capacidade de utilização, que é crítica, dado o declínio no número de ovinos em algumas regiões. Entretanto, é difícil ter uma cooperativa e uma firma pertencente a investidores tentando executar um único negócio".
No entanto, a indústria de carne ovina neozelandesa não conta somente com más notícias. Apesar de os rebanhos ovinos terem caído, as porcentagens de parições e o peso por cordeiro aumentaram.
Scrimgeour disse que a indústria retornou a sua taxa de retorno média histórica de ativos de 2%, mas que a substituição da produção ovina para leiteira exacerbará os problemas à medida que houver menos animais disponíveis.
"A indústria vem se adaptando - por exemplo, estamos mudando para carne resfriada ao invés de carne congelada, e de carcaças para cortes, mas a grande questão é em qual extensão a indústria continua focando no mercado europeu".
O acesso preferencial com cotas tem levado à escolha do mercado europeu, mas Scrimgeour disse que existe um grande potencial nos mercados asiáticos. "Temos que considerar se a preferência dos europeus pelos cordeiros mais magros com os custos associados é compatível com os custos e especificações de outros mercados".
Scrimgeour disse que a indústria precisa ser realista sobre suas possibilidades. "A consolidação da PGG Wrightson pode ajudar, mas por si só não resolverá as tensões fundamentais produtores/processadores, os desafios de desenvolvimentos de mercados ou será capaz de reduzir o impacto de 40 anos de declínio nos preços da lã".
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